Correio da Bahia

Celso Sim canta Batatinha em CD

- Marília Moreira marilia.silva@redebahia.com.br

Um dos sambistas baianos mais celebrados por artistas da MPB, Batatinha tem seu repertório revisitado no novo disco do cantor paulista Celso Sim. Em O Amor Entrou Como Um Raio, Celso canta 11 sambas extremamen­te sofisticad­os e existencia­listas compostos por Oscar da Penha, o eterno Batatinha (1924-1997).

“Escolhi cantar Batatinha por conta de uma coisa mágica, meio familiar, da sedução que ele me desperta. Minha família é baiana e todo mundo que me conhece sabe dessa paixão”, explica Celso, ao rejeitar a classifica­ção desse trabalho como uma homenagem ao sambista.

RESGATE

Batatinha só gravou seu primeiro disco em 1969, quando já estava com 45 anos: Batatinha e Companhia Ilimitada. Depois, gravou somente mais 4 discos: Samba da Bahia (1975), Toalha da Saudade (1976), Batatinha, 50 anos de Samba (1993) e Diplomacia (1997) - esse último acabou sendo póstumo, um discotribu­to organizado por Paquito e J. Velloso.

Dentre os sambas regravados por Celso Sim, Pra Todo Efeito, Diplomacia/ Só Eu Sei, Bolero, Toalha da Saudade e Direito de Sambar.

“Parti de um convite, de um jogo feito por meu primo. Na época em que ele me propôs, eu neguei, porque estava compondo uma ópera popular, que me demandava muito tempo. Mas Batatinha vinha a todo momento na minha cabeça, então acabei reunindo os músicos e gravando tudo muito rápido”, lembra.

Segundo Celso, a primeira lista de músicas que poderiam estar no disco foi feita a partir de uma pesquisa na internet e de conversas com amigos. “Soube depois da existência de uma fita com músicas inéditas, corri atrás de saber onde ela estava, mas acabei fechando nessas 11 da primeira lista que fiz”, explica.

Segundo ele, o título do disco foi sugerido por amigos. “Tinha pensado em Imitação ou Diplomacia para nomear o disco, mas esses amigos falaram nesse verso O Amor Entrou Como Um Raio, da música Conselheir­o, e eu achei que tinha tudo a ver”, diz.

Celso Sim compara ainda as canções de Batatinha aos poemas de Fernando Pessoa. “Se a gente lê os versos menos conhecidos de um e de outro dá para confundir. Nos dois, o eu-lírico se coloca no centro do sofrimento, sem drama, com uma altivez. Com consciênci­a de estar dentro do inferno, a pessoa consegue ser um farol”, define.

Artista Celso Sim

Gravadora Selo Circus

Disponível Plataforma­s digitais

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O paulista Celso Sim canta onze clássicos do sambista Batatinha

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