Lava Jato: guarda que deu celular a presos vai para banco dos réus
CARCERAGEM O juiz Alessandro Rafael Bertollo de Alexandre, da 14ª Vara Federal de Curitiba, colocou o guarda municipal Julio Cesar Benitez no banco dos réus por crime contra a administração da Justiça. Benitez é acusado, pelo Ministério Público Federal, de entregar um aparelho celular a presos da Operação Lava Jato, entre eles o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, em 2014, dentro da carceragem da Polícia Federal, na capital paranaense. A denúncia foi recebida pelo magistrado em 13 de dezembro. Segundo a acusação, em 24 de maio de 2014, Benitez teria encontrado um celular na carceragem e entregue aos presos, mesmo sabendo da ilegalidade do ato. Antes, ele havia testado o aparelho, ligando para o número fixo de sua própria casa. Ainda de acordo com as investigações, o guarda municipal deixava o celular à disposição dos prisioneiros nos turnos da manhã e noite e nos finais de semana, conforme comprovação nos extratos de chamada entre 24 de maio e 22 de junho de 2014. Na resposta à denúncia do MPF, a defesa de Julio Cesar Benitez alegou que o guarda desconhecia “as atribuições e as normas legais vinculadas às funções de carcereiro ou de agente penitenciário”. O advogado apontou ainda “utilização de outros terminais telefônicos pelos custodiados” da Lava Jato dentro da carceragem da Polícia Federal. A defesa do guarda civil arrolou cinco testemunhas. Na lista estão um guarda municipal, um administrador, um advogado e dois delegados da Polícia Federal, Igor Romário de Paula e Rosalvo Ferreira Franco, ex-superintendente da PF no Paraná.