Santuários unidos pela fé
A cidade das 372 igrejas ganhará um novo atrativo turístico destinado aos religiosos. Salvador terá, no início do próximo ano, um espaço para peregrinação de fiéis, o chamado “Caminho da Fé”, entre o santuário de Irmã Dulce e a Basílica do Bonfim. O caminho será construído através de uma requalificação da Avenida Dendezeiros, no Bonfim, Cidade Baixa.
A rota foi lançada ontem à tarde pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), na véspera da Lavagem do Bonfim. No Caminho da Fé, a prioridade será do pedestre, que ganhará mais conforto com o alargamento de uma das calçadas, a arborização do caminho, maior iluminação pública, além da implantação de 14 totens informativos e acessibilidade.
Ontem, o prefeito assinou um contrato com a Caixa Econômica, de R$ 11 milhões, para as intervenções. “Nós estamos publicando a licitação e mais três meses iremos iniciar as obras. Temos um prazo inferior a 12 meses de obra e esperamos que tudo esteja pronto até a próxima Lavagem do Se- nhor do Bonfim”, disse Neto.
“É um caminho que as pessoas já percorrem. A gente está criando este conforto em torno dele, para que as pessoas possam rezar um terço, meditar ou apenas fazer reflexões”, diz Tânia Scofield, presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, responsável pelo projeto.
Além do Caminho da Fé, também serão feitas intervenções no entorno da Basílica do Bonfim, como ampliação da praça, criação de estacionamento e pavimentação do largo em pedras portuguesas, inspirada nas fitinhas.
A criação do caminho vai ajudar o funcionário público mineiro Fernando Bernadino, 58 anos. Ele conta que é devoto de Irmã Dulce e sempre que vem a Salvador, acaba visitando o Santuário de Irmã Dulce e, depois, vai à Igreja do Bonfim.
O frei Giovanni Messias, reitor do Santuário de Irmã Dulce, conta que o Caminho de Fé é um sonho da Pastoral de Turismo e da Arquidiocese. “O nosso sonho sempre foi integrar as igrejas da Península de Itapagipe. O nosso objetivo é aumentar o fluxo de turistas e de devotos, para que eles venham viver a experiência da fé”, diz.
O sentimento também é compartilhado pelo padre Edson Menezes, reitor da Basílica do Bonfim. “O Caminho de Fé aproxima os dois santuários e fortalece o caminho religioso”, comemora.
No ano passado, 78,4 mil pessoas visitaram o Santuário de Irmã Dulce. Com o Caminho, o número deve triplicar. Para Glicério Lemos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-BA), este é o momento para revigorar o turismo religioso. Silvio Pessoa, líder da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação, defende um potencial “gigantesco”.