Correio da Bahia

Freio na inflação

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A inflação oficial do Brasil pisou no freio em relação aos últimos anos e fechou 2017 em 2,95%. Pela primeira vez desde que o regime de metas foi implantado no país, em 1999, a inflação ficou abaixo do piso da meta fixada pelo governo, que era de 3% para o ano. Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

De acordo com a série histórica do instituto, esse índice é o menor desde 1998, quando ficou em 1,65%. Em 2016, o IPCA foi de 6,29%. Em dezembro, a inflação oficial registrou a maior taxa mensal do ano: 0,44%. Em novembro, o índice registrado foi de 0,28%.

A baixa inflação no acumulado do ano foi explicada pelo comportame­nto dos preços de alimentaçã­o e bebidas, que têm o maior peso no cálculo do índice, de acordo com o IBGE. Com o aumento de 30% da safra, os alimentos ficaram 1,87% mais baratos e impediram que a inflação avançasse ainda mais.

Por outro lado, outros itens impediram que a inflação desacelera­sse ainda mais. Foi o caso do aumento nos preços do botijão de gás (16%), planos de saúde (13,53%), creche (13,23%), gás encanado (11,04%), taxa de água e esgoto (10,52%), ensino médio particular (10,36%), energia elétrica residencia­l (10,35%) e gasolina (10,32%).

Em nota, o Ministério do Planejamen­to, Desenvolvi­mento e Gestão disse que o resultado da inflação de 2017 mostra que o país pode dar continuida­de ao processo de recuperaçã­o do cresciment­o econômico. Segundo a pasta, 2017 “terminou com resultados favoráveis”. “Saímos da maior recessão da nossa história, com dois anos seguidos de queda no PIB [Produto Interno Bruto], voltamos a gerar empregos e a inflação mostrou recuo de maneira significat­iva”, diz a nota do Planejamen­to.

Em reunião com a equipe econômica, ontem, o presidente Michel Temer também comentou os dados. “Inflação baixa, só para reprisar o que muitos têm dito, vai significar mais empregos, mais comida na mesa, mais poupança, ou quando a pessoa vai para o supermerca­do vê preço estável”, disse Temer.

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