Questão de princípios
Joanna Maranhão anunciou a sua saída do Unisanta, ontem. Uma das principais nadadoras brasileiras dos últimos tempos, ela se desligou do clube de Santos por causa da contratação do dirigente Ricardo de Moura, acusado de envolvimento em um es- cândalo de desvio de recursos públicos na modalidade.
“Não lutei 11 anos contra a antiga gestão da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para ter Ricardo de Moura como coordenador técnico. Grata pela temporada de 2017, sigo em busca de novo clube”, escreveu Joanna no Twitter.
Ricardo de Moura ficou dois meses preso em 2017, pelas acusações de envolvimento no esquema de desvios da natação brasileira. Ele era superintendente da CBDA e homem de confiança do ex-presidente Coaracy Nunes, também preso no ano passado.
Entre outras funções, o dirigente era responsável por controlar convocações, patrocínios e indicações para o Bolsa Pódio. Era também conhecido desafeto de alguns nadadores, entre eles Joanna Maranhão. Desde o final do ano passado, Ricardo de Moura passou a integrar a diretoria da Unisanta, liderada pelo ex-presidente do Santos Marcelo Teixeira.
“Por questões morais, acabei me tornando, por consequência de meus posicionamentos, referência de ética enquanto atleta. E é o que faz sentido para mim e me traz sensação de dever cumprido ao final de uma prova. Apesar de não me caber fazer qualquer tipo de julgamento, considero impossível e inviável minha permanência na equipe”, explicou a nadadora.
Joanna, 29 anos, disputou quatro Olimpíadas, em 2004, 2008, 2012 e 2016.