Defesa diz que presidente vai responder a perguntas da PF
nadas ao decreto e por qual motivo os dois conversaram por telefone sobre a norma.
A questão faz referência a uma ligação interceptada em 4 de maio do ano passado na qual Loures buscava saber sobre a assinatura do decreto. O presidente informou que iria assinar a norma na semana seguinte. Após falar com Temer, Loures, também por telefone, passou informações a Mesquita.
A defesa de Temer afirmou que ele não cometeu qualquer irregularidade em relação ao decreto e “não beneficiou, em qualquer escala, a empresa Rodrimar”.
Em depoimento nos dias 24 e 27 de novembro do ano passado à PF, Rocha Loures disse que nunca recebeu dinheiro para trabalhar por interesses privados na aprovação do Decreto dos Portos.
O ministro do STF Luís Roberto Barroso foi quem autorizou a PF enviar o questionário de 50 perguntas para Michel Temer. O ministro deu um prazo de 15 dias para o presidente protocolar na Corte as respostas. O prazo termina nesta sexta (19). Barroso também prorrogou as investigações do inquérito por mais de 60 dias.
O pedido de abertura de investigação foi feito pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em outubro, a atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou autorização do STF para que Temer pudesse ser ouvido.
A Rodrimar declarou, na abertura do inquérito, que nunca recebeu qualquer privilêgio do Poder Público. A empresa afirmou que o Decreto dos Portos atendeu uma reivindicação do setor como um todo.
Em entrevista, na semana passada, ao jornal Folha de São Paulo, representantes da Rodrimar disseram que Rocha Loures integrou um grupo criado pelo governo para discutir as novas normas que foram benéficas para o setor. Loures, no entanto, disse à PF que as empresas imaginavam nele um interlocutor do governo para o assunto. A empresa e Loures, no entanto, foram unânimes em dizer que suas relações foram puramente institucionais. O presidente Michel Temer vai responder a todas as 50 perguntas que lhe foram encaminhadas pela Polícia Federal no inquérito sobre suposto esquema de corrupção no Porto de Santos, apesar de sua defesa considerar alguns dos questionamentos "impertinentes". As respostas à PF estão sendo preparadas em conjunto pelo emedebista e o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, seu advogado e conselheiro.
"O presidente está respondendo a todas as questões, embora considere muitas delas absolutamente impertinentes", disse Mariz, que se reuniu com Temer na última quinta-feira (11), em São Paulo, quando o presidente viajou para fazer exames médicos no Hospital Sírio-Libanês.
As respostas deverão ser protocoladas no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (19). A defesa de Temer comentou ainda sobre o motivo de Temer não ter respondido as 82 perguntas anteriores enviadas pela PF. “O presidente não respondeu a nenhum questionamento porque avaliamos que tais perguntas não guardavam nenhuma relação com os fatos objeto daquele inquérito. Desta vez, consideramos que muitas indagações, de fato, não têm pertinência com este inquérito (Porto de Santos).