Consumo e finanças: habilidades são obrigatórias no currículo escolar
Educação financeira e educação para o consumo se tornaram habilidades obrigatórias entre os componentes curriculares. A classificação está presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelece referências para os currículos escolares no país para os próximos anos.
Na BNCC é indicada a abordagem de conceitos básicos de economia e finanças, como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos, além do uso consciente de recursos naturais, como a energia elétrica, entre outros conceitos.
No Brasil, a educação financeira vem conquistando espaço como política educacional há oito anos, a partir da publicação do Decreto nº 7.397, de 22 dezembro de 2010, que instituiu a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef).
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) distribui, gratuitamente, no site www.vidaedinheiro.gov.br, informações que as escolas podem utilizar no processo de introdução da educação financeira. A presidente do grupo de apoio pedagógico do Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef) e assessora técnica da Secretaria de Educação Básica do MEC, Sandra Tiné, destaca a importância da inserção do tema no currículo desde o início da vida escolar.
“São coisas que devem ser trabalhadas desde o início da escolarização, ainda na fase infantil. Se olharmos as últimas pesquisas, vamos ver que ainda somos um país de pessoas superendividadas e isso compromete o desenvolvimento da nação. Queremos e precisamos ser um país de poupadores”, pontua a presidente do comitê, Sandra Tiné.
O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, também defende a iniciativa. “A disseminação da educação financeira gera empoderamento, já que os brasileiros passam a administrar seus recursos de forma consciente e sustentável. Essas mudanças não dependem da utilização de planilhas e calculadoras, mas sim, de novos hábitos e comportamentos relacionados ao dinheiro”, destaca Reinaldo Domingos.