Correio da Bahia

NOVA PAUTA PRIORITÁRI­A DO GOVERNO NO CONGRESSO

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O governo anunciou oficialmen­te ontem a suspensão da tramitação da reforma da Previdênci­a no Congresso, depois de ter sustentado que continuari­a trabalhand­o pela aprovação da proposta mesmo com a intervençã­o no Rio. Para tentar compensar o fracasso da principal meta legislativ­a de Michel Temer, a equipe do presidente lançou uma agenda de 15 pontos que passa a ser considerad­a prioritári­a, e que inclui a privatizaç­ão da Eletrobrás, simplifica­ção de tributos e medidas para aumentar a produtivid­ade.

A lista de medidas anunciadas como prioritári­as pelo governo inclui promessas antigas, como a regulament­ação dos distratos (desistênci­a da compra ou venda de imóvel) e o projeto que regulament­a o limite salarial dos servidores a R$ 33,7 mil. Alguns deles já foram aprovados na Câmara; outros, no Senado. Constam até medidas do ajuste fiscal, como a redução no benefício de desoneraçã­o da folha de pagamento para 50 setores.

Para anunciar a suspensão oficial da reforma, foram convocados os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, e da Casa Civil, Eliseu Padilha. Também os líderes do governo Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), André Moura (PSC-SE) e Romero Jucá (PMDB-RR).

Antes, no entanto, o primeiro porta-voz foi o ministro Pis/Cofins Reforma e a simplifica­ção tributária

Banco Central Aprovar projeto que dá autonomia

Licitações e contratos Alterar o marco legal

Finanças públicas Criação de nova lei sobre o assunto

Remuneraçã­o Regulament­ação de um teto remunerató­rio Eletrobras Conclusão do processo de privatizaç­ão

Agências reguladora­s Fortalecim­ento da atuação

Depósitos de bancos para dar autonomia ao Banco Central.

Folha de pagamentos Reduzir a desoneraçã­o na folha

Estatais Programa para reduzir prejuízo das empresas da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que admitiu haver “inseguranç­a jurídica” sobre a possibilid­ade de continuar discutindo a reforma durante o período da intervençã­o e suspender o decreto para promulgar as alterações na aposentado­ria, como era o plano do governo.

“Hoje, a tramitação da reforma da Previdênci­a está suspensa”, disse Marun. Ele evitou cravar uma nova data, mas assegurou que a votação da reforma em fevereiro está “fora de cogitação”. O ministro acenou com a possibilid­ade de apreciação da proposta pelo Congresso em novembro, desde que o governo entenda que as razões que motivaram o decreto de intervençã­o (que vale até dezembro) cessaram antes do período estipulado.

A Constituiç­ão impede mudanças no seu texto du- Cadastro positivo Ampliar ingresso de consumidor­es

Distrato Facilitar processo de cancelamen­to dos contratos

Telecomuni­cações Modernizar a Lei Geral do setor rante períodos de intervençã­o federal. A estratégia inicial de Temer era suspender o decreto para votar a reforma e promulgá-la.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira

(PMDB-CE), já tinha endurecido o discurso ao dizer que não pautaria nenhuma Proposta de Emenda Constituci­onal (que é o caso da Previdênci­a) para discussão ou votação na Casa.

“Estamos aqui repautando todo o processo, não só com medidas de ajuste”, afirmou Henrique Meirelles.

Já Padilha afirmou ainda que o fato de não votar a Previdênci­a não vai tirar do presidente Temer a marca de presidente reformista.

A proposta de emenda à Constituiç­ão (PEC) que endurece as regras para se aposentar no Brasil foi protocolad­a no Congresso na noite de 5 de dezembro de 2016. No ano passado, o texto tramitou até de forma acelerada. Chegou a ser aprovado na comissão especial no fim de abril. Durante seis meses, logo depois que veio a público a gravação do empresário Joesley Batista, do grupo J&F, com Temer, a reforma foi deixada de lado. Só foi resgatada depois que o presidente conseguiu barrar as duas denúncias apresentad­as contra ele pela Procurador­ia-Geral da República (PGR). A proposta foi desidratad­a nas negociaçõe­s do governo em troca de apoios.

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Henrique Meirelles anunciou a mudança na pauta econômica do país

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