Governo anuncia internet gratuita
mer que “o ladrão leve de novo”. Ela ressalta ainda que os preços dos pacotes que incluem internet, TV a cabo e telefone fixo, não são atrativos. “Eu fechei com alguns planos, mas eu contratava o serviço por um valor e a fatura chegava com um outro. O meu celular? É o terceiro que os ladrões levam. Penso em comprar, sim, mas primeiro vai ser o do meu filho que tem 16 anos e reclama que tem vergonha porque todos os amiguinhos têm um celular e ele não”, conta.
Na lan house onde ela costuma navegar, a atendente Laís Nery, 24, diz que, por lá, a maioria dos clientes também não tem acesso à rede em casa. “Ainda temos muitos clientes que só vêm para acessar a internet”, revela Laís. É capaz que na próxima pesquisa do IBGE esses números possam mudar. Isso porque, no dia 29 de janeiro, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, apresentou a prefeitos baianos um plano de levar banda larga gratuita para escolas, hospitais e localidades sem conectividade, se estendendo também para todo o país.
Em Salvador, Kassab lembrou que, para participar do programa, os municípios devem se habilitar e assinar um convênio com o governo federal. A partir daí, antenas serão instaladas gratuitamente nas regiões sem conectividade apontadas pelas prefeituras para distribuir banda larga num raio de 2 km. “Essa banda larga vai trazer agricultura de precisão para áreas rurais sem conectividade, melhorando a eficiência da produção rural. E estamos preparados para levar conectividade a qualquer canto do Brasil. Não é que estamos preparados para que isso aconteça daqui a dois, três ou quatro anos. Estamos preparados para que aconteça em breve”, disse Kassab. Segundo ele, as antenas serão instaladas por uma empresa, que terá capacidade para realizar dezenas de instalações por dia. À prefeitura caberá a segurança da antena.
Kassab lembrou que a banda larga do programa Internet para Todos vem do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) da Telebras, lançado ao espaço em maio de 2017, um investimento de R$ 3 bilhões do governo federal. Após o lançamento, o MCTIC passou a assinar um conjunto de convênios para usar a capacidade do satélite em benefício da Defesa Nacional no monitoramento das fronteiras brasileiras, coibindo o tráfico de drogas e o contrabando; do Ministério da Educação para levar banda larga para as escolas públicas; e do Ministério da Saúde para levar internet para 15 mil pontos em hospitais e postos de saúde. O MCTIC também abriu prazo para que provedores de SCM se inscrevam para oferecer o serviço de banda larga em diversos municípios do país.