Correio da Bahia

Gastos seguem com o governo do Rio

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que ser para o próximo ano e, por emenda constituci­onal não pode por causa do decreto”, afirmou o deputado.

Maia reagiu não só com críticas. Para tentar puxar o protagonis­mo de volta para si, determinou a criação de um “observatór­io” para fiscalizar as ações de segurança pública do governo, inclusive a própria intervençã­o, e decidiu já começar na próxima semana as votações de projetos na área. Também discute criar uma comissão especial para “consolidar” todas essas propostas que serão votadas.

Auxiliares de Temer dizem não entender Maia, mas a atitude de Eunício causou ainda mais estranheza no Planalto. O emedebista afirmou que o Senado não é um “puxadinho” do governo. Para interlocut­ores de Temer, o que está por trás dessas declaraçõe­s é mesmo a eleição. Não de Temer, mas de Eunício, que vai disputar novo mandato na chapa do governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Além disso, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrar no páreo, o palanque de Eunício abrigará o petista.

Se o marqueteir­o estiver certo, o candidato emedebista deverá ser o próprio Temer. Segundo Elcinho Mouco, o chefe “já é candidato”. “A vela está sendo esticada. Agora começou a bater um ventinho”, disse ao jornal O Globo, ontem. Para o marqueteir­o, a operação militar ajudará na disputa. “Hoje, a maior preocupaçã­o do brasileiro é com a segurança pública”, diz o publicitár­io.

Ele define a medida como um “all-in”, lance do pôquer em que o jogador aposta tudo de uma vez. “O Temer jogou todas as fichas na intervençã­o”, resume.

Também em movimentaç­ão eleitoral, o ex-presidente Lula chamou de “pirotecnia” a ação do governo no Rio. “Acho que o Temer está encontrand­o um jeito de ser candidato à Presidênci­a da República. E acho que ele achou que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante para ele”, afirmou em passagem por Belo Horizonte, onde pretende se lançar candidato. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou, ontem, que o próximo empréstimo em análise para o Estado do Rio de Janeiro é de R$ 1 bilhão. A operação será lastreada em royalties do petróleo. No fim do ano passado, o governo fluminense havia fechado um financiame­nto no valor de R$ 2,9 bilhões com base em ações penhoradas da Cedae, companhia de saneamento básico do Rio.

Apesar dessa operação ao governo fluminense que está em análise, o ministro comentou que ainda não foram solicitado­s recursos adicionais pelo Palácio da Guanabara no atual contexto de intervençã­o federal na segurança pública do estado. Por enquanto, Meirelles comentou que cabe ao governo estadual continuar pagando a folha de pagamento das polícias fluminense­s. A União está direcionan­do recursos do Orçamento das Forças Armadas para a operação militar no Rio de Janeiro.

Ontem, o plenário do Senado aprovou uma Comissão Temporária Externa para acompanhar a intervençã­o no Rio de Janeiro. Os estados de São Paulo e Espírito Santo começam a organizar ações de combate ao crime organizado após a intervençã­o federal no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves, diz que o plano é intensific­ar os trabalhos de inteligênc­ia entre os estados que fazem fronteira com o Rio.

O secretário disse que o governo está em contato com a inteligênc­ia policial do Rio de Janeiro para saber quais medidas serão adotadas. Na manhã de ontem, o secretário de Estado da Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp/ES), André Garcia, garantiu que as Polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal vão monitorar 198 quilômetro­s de fronteiras do estado capixaba com o Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Ao todo, serão montados oito pontos de bloqueio, mas somente um, que ficará na BR-101, foi divulgado. Os demais locais onde os bloqueios serão instalados não foram informados pelo secretário, segundo ele, para garantir o sucesso da operação. O total do reforço policial custará aos cofres públicos aproximada­mente R$ 2,5 milhões.

De acordo com Garcia, o monitorame­nto terá início hoje e a previsão é de que os trabalhos sejam realizados por pelo menos dois meses e meio. O prazo poderá ser prorrogado.

Para garantir o monitorame­nto, serão utilizados, além das viaturas, três drones e helicópter­os. O policiamen­to será realizado por 150 policiais, sendo 130 policiais militares e civis e 20 policiais rodoviário­s federais.

Ontem, as Forças Armadas começaram a monitorar os acessos terrestres, aéreos e marítimos ao Rio.

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