Novo currículo vai antecipar conteúdos
O conjunto de medidas introduzidas pela BNCC traz o eixo Mais Alfabetização, que tem como objetivo a formação continuada de professores e investimento em material didático. A ideia é que os professores de alfabetização recebam a ajuda de auxiliares durante a realização da aula.
A expectativa do MEC é que a ação atinja 200 mil turmas em todo o país. “Ele (eixo) é, de fato, importante porque profissionaliza o estudante de licenciatura, dá a ele a oportunidade de vivenciar a sala de aula. Dá a garantia de maturidade da sala de aula”, acredita Carlos Danon, licenciado em Ciências Sociais e mestre em Educação e Contemporaneidade.
O MEC prevê R$ 523 milhões de investimento nesse eixo, que tem a meta de atingir um total de 4,6 milhões de alunos em todo o país. O programa Mais Alfabetização ainda pretende apoiar o estudante de graduação em mestrado que atua no primeiro e segundo ano do ensino fundamental, além de criar uma residência pedagógica para os futuros professores, com 80 mil vagas a partir do próximo ano. Para melhorar a aprendizagem, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) pretende expor aos alunos disciplinas antes vistas em níveis mais avançados. Já no 1º ano, quando as crianças têm por volta 6 anos, serão ensinadas noções de Matemática, Álgebra, Geometria, Probabilidade e Estatística. “É importante para desenvolver habilidades, mas não quer dizer que elas tenham que memorizar todos aqueles algoritmos”, diz Valter Forastieri, mestre em Comunicação e professor de Pedagogia. Já a alfabetização ocorrerá nos dois primeiros anos do ensino fundamental. Atualmente, a criança aprende a ler e escrever até o fim do 3º ano.
Para garanitr a implementação da BNCC, o Ministério da Educação disponibilizou R$ 100 milhões para as escolas. Ainda assim, o sucesso da medida vai depender dos esforços individuais dos professores. “Não foi uma educação que ele (professor) teve na escola quando foi estudante nem na faculdade. Questionar a escola que ele teve e entender essa nova forma vai ser um grande desafio. Ele vai ter que ter uma cabeça muito aberta”, aconselha Valter Forastieri.
Ele explica que, ao contrário dos mestres, os alunos não devem ter muitas dificuldades para lidar com as mudanças. “Os alunos mais novos vão receber isso de uma forma muito natural. No caso dos mais velhos, eles vão pegar uma época de aprendizado junto com os professores”, diz.