OS INDICADOS E AS ACUSAÇÕES CONTRA ELES
A reforma ministerial que o presidente Michel Temer vai promover nas próximas semanas pode levar para a Esplanada dos Ministérios mais nomes com pendências na Justiça. Titulares da pasta que vão disputar as eleições deste ano terão de deixar os cargos até 7 de abril. Pelo menos cinco dos cotados pelos partidos da base governista ou apoiados pelos atuais ministros para assumir o comando das pastas respondem a processos, são investigados ou já foram condenados.
Estão nessa situação os nomes cotados para as pastas da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, da Saúde, do Esporte, da Educação e do Turismo. No caso do Trabalho, o atual interino pode ficar no cargo. Atualmente, no primeiro escalão do governo, os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) são alvo de investigação que tramita no Supremo Tribunal Federal, além do presidente Michel Temer, que teve o sigilo bancário quebrado Ciência e Comunicações Elton Santa Fé Zacarias, homem de confiança de Gilberto Kassab (PSD), é alvo de ação de improbidade administrativa na Lava Jato.
Saúde Gilberto Occhi, o presidente da Caixa foi acusado pelo delator Lúcio Funaro de atuar como arrecadador de propinas para o PP, seu partido, e o banco.
Esportes Fernando Avelino Boeschenstein Vieira, indicado do MDB, foi alvo de ações de improbidade ajuizadas pelo MP-RJ.
Educação Maria Helena Guimarães de Castro, PSDB, responde a ação por improbidade na 14ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo.
Turismo Teté Bezerra (MDB), a ex-deputada foi alvo da CPI criada para investigar a Máfia dos Sanguessugas. por ordem do STF no inquérito para apurar supostas irregularidades em um decreto do setor portuário.
No Ministério da Ciência e Comunicações, o ministro Gilberto Kassab (PSD) quer deixar no comando da pasta o atual secretário executivo, Elton Santa Fé Zacarias, seu homem de confiança.
O PP convidou para substituir Ricardo Barros o vice-governador da Bahia, João Leão, mas como ele resiste a assumir o ministério, cresce no partido articulação para deslocar o presidente da Caixa, Gilber- to Occhi, para a Saúde.
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (MDB), deve deixar no cargo o secretário Fernando Avelino Boeschenstein Vieira.
A mais cotada para assumir o Ministério da Educação no lugar do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) é a secretária executiva Maria Helena Guimarães de Castro, ligada ao PSDB. Desde 2010, Maria Helena responde à ação por improbidade, no valor de R$ 2,2 milhões, na 14ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo.
Pelo menos três nomes disputam a cadeira de Marx Beltrão (MDB-AL) no Turismo, entre eles a da ex-deputada Teté Bezerra, mulher do deputado Carlos Bezerra, ambos do MDB de Mato Grosso. Como deputada, Teté foi alvo da CPI da Máfia dos Sanguessugas, um esquema de corrupção vinculado à compra de ambulâncias por meio de emendas parlamentares.
Todos os cotados para assumir os ministérios negaram a prática dos atos irregulares que motivaram as investigações e processos judiciais contra eles.