Correio da Bahia

‘Não existe razão para federaliza­ção’

-

O promotor Homero Freitas, titular da 23ª Promotoria de Investigaç­ão Penal, que está acompanhan­do o inquérito da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, afirmou ao Globo que “não existe qualquer razão para a federaliza­ção” das investigaç­ões. Anteontem, a procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, determinou a instauraçã­o de um procedimen­to para estudar a federaliza­ção do caso.

“A Procurador­ia-Geral da República não suscitou um conflito, apenas disse que poderia e queria ajudar, não existe qualquer razão para a federaliza­ção. A Divisão de Homicídios (DH) e o Ministério Público têm totais condições de resolver, como sempre fizeram”, ressaltou o promotor.

Freitas é considerad­o um dos mais experiente­s promotores em investigaç­ão penal no Ministério Público Estadual. Ele ressaltou ainda que os próximos passos da investigaç­ão são a “análise das câmeras (de segurança) do local e do percurso, além da análise criteriosa das informaçõe­s que chegam”. O depoimento de mais de cinco horas da única sobreviven­te do assassinat­o, a assessora parlamenta­r de Marielle, que estava no carro, também será “importantí­ssimo” para elucidar a morte da vereadora, segundo Freitas.

“Nada pode ser descartado”, destaca o promotor. “Acho que o momento é de se trabalhar para rápida elucidação dos fatos e punição severa dos autores, sem disputas movidas pela vaidade”.

Perguntado sobre o possí- vel envolvimen­to de milicianos com o crime, o promotor disse que nenhuma possibilid­ade pode ser descartada, por enquanto. “Todas as possibilid­ades estão sendo avaliadas, mas qualquer afirmação, neste momento, é no mínimo precipitad­a”.

A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, que analisa puxar a investigaç­ão para a alçada federal, afirmou na manhã de ontem em Porto Alegre, que “os assassinat­os de líderes políticos são um atentado à democracia”. O Ministério Público Federal acompanha as investigaç­ões da execução da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Pedro Gomes, no Rio de Janeiro.

“A vereadora era importante líder política no estado do Rio de Janeiro, defensora dos direitos humanos, que conseguiu ser a voz da comunidade contra a violência policial e a corrupção de verbas públicas”, disse Raquel a jornalista­s. A procurador­a-geral afirmou ainda que atentados como o que resultaram na morte da vereadora e de seu motorista privam a democracia de vozes importante­s.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil