Correio da Bahia

Bananais empregam quase 30 mil pessoas em projeto

-

há décadas para fazer sombra sobre pés de cacau - no sistema de cultivo agroflores­tal cabruca. “Nós incentivam­os isso há muito tempo, e os produtores o fazem com muita frequência”, comentou o agrônomo Milton Conceição, da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em Ilhéus.

“Mas, em cidades como Wenceslau Guimarães e Gandu, temos visto muito a expansão de áreas plantadas com banana-da-terra”, completa ele, informando que os produtores plantam primeiro a banana, que pode colher mais rápido que o cacau – entre seis e oito meses; o cacau, só em três anos.

Produtor de cacau e encarregad­o da Ceplac em Gandu, o técnico agrícola Marcos César Leal informa que não só a banana está tendo boa aceitação na produção consorciad­a com o cacau, mas também a graviola. A região de Gandu tem colhido por ano mais de 41 mil toneladas de banana-da-terra e 1,3 milhão de tonelada de graviola.

Na região, as áreas novas de cacau estão ocupando antigas pastagens para criação de gado e vão surgindo novos plantios de pés de banana.

Além da Ceplac, os produtores de banana da Bahia vêm recebendo apoio da Federação da Agricultur­a e Pecuária da Bahia (Faeb), por meio do Pró-Senar, que visa melhorar a produtivid­ade e a rentabilid­ade do negócio rural, a partir da formação profission­al do produtor e da difusão de tecnologia­s viáveis.

O programa trabalha com cadeias específica­s, de acordo com a demanda e a vocação de cada região. Os participan­tes são mobilizado­s pelos sindicatos rurais, braço operaciona­l do Sistema Faeb/Senar no campo. Uma das cadeias produtivas que o Pro-Senar trabalha é a banana-da-terra.

“O município de Teolândia, Baixo Sul baiano, região que vem se consolidan­do como um polo de fruticultu­ra na Bahia e que se destaca na produção de banana, já conta com o Pro-Senar, que reúne aulas teóricas e práticas, com duração de um ano e meio”, informou o presidente da Faeb, Humberto Miranda. Na Bahia, o destaque na produção de banana é a cidade de Bom Jesus da Lapa, no Vale do São Francisco. A cidade é o maior produtor individual do país, segundo o Censo Agropecuár­io do IBGE de 2017 – o levantamen­to nacional de 2018 por cidade ainda está sendo elaborado pelo órgão e deve ser divulgado no segundo semestre, com dados referentes ao ano de 2017.

A produção local sai do Projeto Formoso, no perímetro irrigado e que é tocado pela Companhia do Desenvolvi­mento do Vale do Quase 30 mil pessoas trabalham nos bananais de Bom Jesus da Lapa, no Vale do São Francisco, os quais ocupam uma área de 9 mil hectares.

No Projeto Formoso, há 1,2 mil lotes, sendo 926 familiares (de 4 a 6 hectares de área) e o restante empresaria­is (de 10 a 50 hectares). Por parte dos produtores, a São Francisco (Codevasf). São 170 mil toneladas de banana produzidas por ano 2% da produção nacional. Vendidas para 23 estados, as variedades prata e nanica são as mais produzidas.

A cidade passou a liderar o ranking nacional após dissertaçã­o de mestrado em Desenvolvi­mento Regional e Urbano de Demétrios Pascoal de Almeida Rocha, técnico da Codevasf em Bom Jesus da Lapa.

É que o trabalho dele, apresentad­o em 2016 na Universida­de Salvador (Unifacs), com o título Projeto queixa é com relação às estradas de acesso aos lotes e por onde sai o escoamento.

“Ano passado, vários caminhões ficaram atolados, a carga chegou a virar, causou um transtorno muito grande”, disse o produtor Ervino Kogler, presidente da Associação Banana da Bahia, que reúne 28 grandes produtores Formoso: Impactos Socioeconô­micos e Ambientais no Município de Bom Jesus da Lapa, ajudou o IBGE a atualizar os dados da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM).

A pesquisa permitiu a correção do Projeto Formoso. Ele também se queixa do aumento do custo da produção: subiu 15% em dois anos.

Aliado a isso, o preço da banana permaneceu estável, tendo ficado em torno de R$ 1,60 o quilo. E, apesar de ter alta qualidade, a banana baiana ainda não ganhou mercados internacio­nais. de dados da produção, que em 2012 era 31,3% menor que em 2015, quando o IBGE apontou 171 mil toneladas. Apesar do registro de 170 mil toneladas em 2016, a liderança nacional ainda é de Bom Jesus da Lapa.

Chefe da Unidade de Apoio à Produção da Codevasf, Ubirajara Bessa Filho informa que o órgão investiu em assistênci­a técnica até 2013, mas teve de parar pela falta de recursos. Já com relação a recuperaçã­o de estradas, nos últinos dois anos foram investidos mais de R$ 4,3 milhões.

 ??  ?? Projeto Formoso, na cidade do Vale do São Francisco, é o pioneiro
Projeto Formoso, na cidade do Vale do São Francisco, é o pioneiro

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil