Escolta que protege Freixo é retirada
A escolta de policiais militares que protege o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), ameaçado de morte há dez anos por ter presidido a CPI das Milícias, será retirada. Ao todo, 87 policiais militares que atuavam na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) foram requeridos pela Secretaria da Segurança do Estado para reforço do policiamento ostensivo. O total corresponde a 10% do efetivo lotado na Alerj. A CPI das Milícias resultou na prisão de líderes milicianos e rende ameaças de morte ao deputado até hoje.
Em 2008, Marcelo Freixo presidiu a CPI das Milícias na Alerj. No relatório final, o deputado pediu o indiciamento de políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis. Foram apresentadas ainda propostas para que as fontes de financiamento das milícias fossem cortadas.
Dez anos depois da CPI, 53 dos milicianos cujos nomes constavam na investigação parlamentar foram assassinados no Rio. Desse total, 25 dos mortos constavam na lista final de indiciados.
Freixo se reuniu na tarde de ontem com o secretário de Segurança, General Richard Nunes, para tratar sobre a retirada da escolta: “Não é possível que haja polêmica sobre isso. Tenho certeza de que o bom senso irá prevalecer. Adoraria viver sem segurança, ter minha vida normal restabelecida, mas não é o caso nesse momento, me parece óbvio”, afirmou o deputado.
Freixo se refere à suspeita de que milicianos são os responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), que trabalhou no seu gabinete desde a época da investigação da CPI.
“A CPI das Milícias não foi brincadeira, não acabou em pizza. O que fizeram com a Marielle mostra que é muito sério o que estamos vivendo no Rio. O relatório da CPI é atual, as recomendações não foram seguidas”, afirmou o deputado, que também mantém seguranças de outras origens que não a PM.