Correio da Bahia

Mercado sonha com Alckmin, mas acredita em vitória de Bolsonaro

-

Uma sondagem da XP Investimen­tos com 204 investidor­es, em 4 e 5 de junho, mostra que a candidatur­a de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidênci­a é vista como a mais atraente para o mercado. O problema é que a eleição do tucano é considerad­a pelos analistas como inviável. Alckmin trocou de lugar com Jair Bolsonaro (PSL): em abril, 48% achavam que o tucano venceria a eleição presidenci­al, parcela que caiu a 31%. Já o deputado era a aposta de vitória de 29% e agora lidera, com 48%.

O ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT) saiu de 1% para 13% de chances de vitória. Marina Silva (Rede) foi de 3% para 5%.

Entre esses investidor­es, 45% acham que o segundo turno será entre Bolsonaro e Ciro – a mesma fatia apostava que seria o capitão da reserva contra Alckmin em abril.

“A amostra contou com as principais instituiçõ­es do mercado financeiro brasileiro, com uma representa­ção equivalent­e a mais de 50% dos recursos sob gestão dentro do setor”, diz a XP.

O resultado reflete a opinião de formadores de opinião do mercado financeiro, que expressam confiança na eventual gestão de Alckmin, que tem o economista Persio Arida à frente de seu programa de governo, mas desconfiam de sua viabilidad­e.

Segundo a pesquisa da XP, a vitória de Alckmin provocaria uma melhora do Ibovespa para 97% dos entrevista­dos e um câmbio abaixo de R$ 3,40 para 73%.

O juro básico ficaria em no máximo 7% até o final de 2019 para 41% dos entrevista­dos; 22% apostam que a Selic seria superior a 8%.

Por outro lado, uma eventual eleição de Bolsonaro não causa pânico a esses investidor­es. Em abril, 41% achavam que o Ibovespa avançaria do patamar atual. Hoje, 49% pensam assim e 21% preveem estabilida­de.

Os juros, sob Bolsonaro, aumentaria­m em 2019, creem 77% dos quais 44% apontam uma Selic de ao menos 8%.

A taxa de juro básico está hoje em 6,5% ao ano.

Já com Ciro, 99% desses investidor­es acham que o Ibovespa recuaria, 80% dizem que o câmbio brasileiro se desvaloriz­aria para um patamar superior a R$ 4 frente ao dólar. A Selic ficaria acima de 8% para 63%.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil