Peneira fechada
Vencer a Chapecoense, no Barradão, em um simples jogo do Campeonato Brasileiro, deveria ser absolutamente normal para o Vitória. No entanto, aquele 1x0 no placar no jogo de quarta-feira tem um peso muito maior do que aparenta. Junto com os três pontos, vieram o alívio por ter saído da zona de rebaixamento e a quebra de muitos tabus.
O primeiro a ser quebrado foi vencer a Chape em casa, feito que nunca havia sido alcançado pelo Leão. Até então, eram três jogos no Barradão, com duas derrotas por 2x1 e um empate em 0x0.
Esse, no entanto, não era o único tabu em jogo. Pelo Brasileirão, o rubro-negro encerrou uma série de 25 partidas em que sempre tomava gol, como mandante ou visitante. A última vez por um jogo de Série A que o time havia passado ileso foi o triunfo por 1x0 contra o Coritiba, no Couto Pereira, no dia 28 de agosto do ano passado.
Se o recorte contemplar apenas as partidas no Barradão, o tabu durava mais tempo. Em 2017, o rubro-negro fez a sua pior campanha da história em casa desde o início dos pontos corridos – venceu apenas três, empatou cinco e perdeu 11.
Nesses 19 jogos, só não sofreu gol em dois: quando venceu o Atlético Mineiro, por 2x0, e no empate sem gols com o Bahia, ambos pelo primeiro turno. O clássico era o jogo mais recente e foi no dia 2 de julho. Ou seja, o torcedor ficou 11 meses sem ver o time não sofrer gol em casa em jogos da primeira divisão.
Este ano, o Vitória já entrou em campo 39 vezes e só não sofreu gol em 10 jogos, sendo metade deles pela Copa do Brasil. Foram três pelo Campeonato Baiano, contra Vitória da Conquista, Bahia de Feira e Jacuipense; apenas um pela Copa do Nordeste, quando empatou em 0x0 com o Sampaio Corrêa no jogo de volta das quartas de final e foi eliminado; cinco pela Copa do Brasil, contra Globo, Corumbaense, Bragantino, Internacional e Corinthians; e agora contra a Chapecoense, pelo Brasileiro.
Surpresa no time titular que venceu a Chapecoense, o lateral direito Cedric admitiu que não esperava ser escalado. “Me pegou de surpresa, mas eu estava bem preparado e treinando forte para agarrar a oportunidade quando ela viesse. Sou um cara aguerrido, forte no ataque, forte na defesa, não como reggae de ninguém”, descreveu-se o soteropolitano de 20 anos, em bom baianês. Ele deve ser mantido no jogo de amanhã, às 21h, contra o Corinthians.