Correio da Bahia

Agronegóci­o feminino

- Mário Bittencour­t

Se no Oeste da Bahia, para avançar, o agronegóci­o tem de enfrentar de estradas ruins à baixa oferta de energia e internet, a situação é contrária quando se fala na presença das mulheres no campo. Nas fazendas, elas estão presentes na lavoura como engenheira­s agrônomas, engenheira­s ambientais ou técnicas agrícolas, e nos escritório­s, tomando conta da parte administra­tiva e financeira da empresa agrícola.

A inserção da mulher no campo é fruto também da evolução do próprio modo de produzir, cada vez mais sofisticad­o. O forte, hoje, no campo, é a inteligênc­ia para saber usar a agricultur­a de precisão.

Não há dados consolidad­os sobre a presença feminina no campo no Oeste baiano. Mas, segundo homens e mulheres entrevista­dos pelo CORREIO, a região segue a tendência de uma pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegóci­o (ABMRA).

O estudo, de 2017, aponta que em todo o país uma em cada três propriedad­es rurais tem mulheres ocupando funções de comando, quando não são as principais responsáve­is pelas propriedad­es.

Quem esteve presente na Bahia Farm Show, maior feira do agronegóci­o do Norte e Nordeste do Brasil e que termina hoje em Luís Eduardo Magalhães, consegue perceber que o que a pesquisa aponta é algo que também se faz presente na região.

O próprio evento, que tem Rosi Cerrato há quatro anos na coordenaçã­o-geral, é um exemplo disso. A paranaense está na região há 24 anos, quando no Oeste ainda predominav­a a paisagem do cerrado em estado bruto.

Assim como ocorreu com outras mulheres, Rosi veio para a região acompanhar o marido, que foi contratado como engenheiro agrônomo de uma multinacio­nal. Com o desenvolvi­mento da região, eles compraram uma propriedad­e e hoje cultivam soja, milho e algodão, principais culturas do Oeste.

“Eu trabalho muito com meu esposo. Ele coordena a fazenda e eu fico na parte financeira e administra­tiva, seguro ele um pouco nos gastos”, comentou Rosi, que é especializ­ada em Direito Ambiental pela Universida­de Federal do Paraná.

Uma das preocupaçõ­es dela é com o meio ambiente, algo que os produtores da região também vêm desenvolve­ndo em suas propriedad­es, ao reservar até mais de 20% da área para preservaçã­o da mata nativa, atentendo à legislação ambiental.

“Sempre me senti muito à vontade para atuar no campo, onde tenho respeito tanto de homens quanto de mulheres, seja aqui no Oeste ou em outros locais do Brasil, onde marcamos presença, com eventos ligados ao agronegóci­o”, acrescenta Rosi.

A presença das mulheres tem sido tão importante na região que todo ano a Bahia Farm Show reserva um evento específico para reuni-las: é o chá das mulheres, que, nesta edição, ocorreu no dia 6.

Rosi Cerrato também conduz o chá, regado a muita

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Feira atrai público de diversas cidades
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