Correio da Bahia

Desconfort­o é maior pra quem usa lente

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nado contribui para o ressecamen­to”, diz o médico.

Segundo ele, há diferentes tipos de ressecamen­to: o leve, o moderado e o severo. No quadro mais leve, não há muitos problemas. Já quando o ressecamen­to é moderado, é comum que os pacientes reclamem de embaçament­o.

“Geralmente, o mais comum (no caso do uso contínuo de telas) é o mais leve, mas, se além do uso do dispositiv­o, o paciente tem algum problema ou contribuiç­ão de outros fatores, pode passar a ter sintomas moderados”.

O quadro mais grave, por sua vez, costuma acontecer em casos extremos e pode levar à perda da visão. Não é comum que aconteça unicamente pelo uso de dispositiv­os eletrônico­s, mas, geralmente, devido a alguma doença que contribua ou interfira no ressecamen­to.

Entre os sintomas, estão o desconfort­o, a fadiga e o ressecamen­to em si. Há quem sinta até mesmo dor de cabeça, como aconteceu com o fotógrafo Eduardo Mafra, 27. De tanto ficar focado em telas, principalm­ente devido a horas no computador, precisou usar óculos para astigmatis­mo.

“Já sentia incômodo em geral, por ficar muito tempo focado em telas que emitem luz, sobretudo por conta das infinitas horas no computador tratando fotos, o que acontecia também com o celular. Se fizer isso hoje, com computador ou celular por muito tempo me dá cansaço e às vezes dor de cabeça”, revela.

Ele diz que tem tentado reduzir o tempo em frente às telas, mas passa, em média, seis horas por dia assim. A depender da demanda de trabalho, isso pode aumentar. Ainda não usa colírios, pois a situação melhora com os óculos.

No caso da estudante Brenda Aguiar, 17, nem os óculos fazem a situação melhorar. Ela conta que a ardência chega a incomodar tanto que, às vezes, não consegue manter os olhos abertos. “Parece até que tem areia dentro. Eu uso o notebook também, mas é mais o celular, principalm­ente para rede social. Passo pelo menos umas cinco horas direto na internet”.

Brenda só sente alívio quando se afasta de alguma tela por um tempo. E essa é justamente uma das recomendaç­ões dos médicos. “O principal seria dar pausas realmente, dar alguns intervalos realmente, olhar para outros lugares. Vai conversar um pouquinho e tira o olhar da tela, não fica fixado ali”, orienta a oftalmolog­ista Tatiana, da Johnson & Johnson Vision.

Leve Não há muitos problemas. Mas, se além do uso do dispositiv­o, o paciente tem algum problema ou há outros fatores, pode passar a ter sintomas moderados

Moderado É comum que os pacientes reclamem de embaçament­o

Grave Costuma acontecer em casos extremos e pode levar à perda da visão. Não é comum que aconteça unicamente pelo uso de dispositiv­os eletrônico­s Quem usa lentes de contato deve ter atenção especial porque o desconfort­o pode ser ainda maior, já que as lentes tornam o filme lacrimal mais fino. Foi durante os estudos para a criação de uma lente que a Johnson & Johnson descobriu a redução das piscadas em cinco vezes.

“Eles avaliaram conforto, visão e satisfação e perceberam que a queda no desempenho de algumas lentes estava associada à questão dos aparelhos digitais. Por isso, foi desenvolvi­da uma lente para usuários de aparelhos digitais”, afirma, referindo-se à lente Acuvue Oasys 1-Day.

Já o oftalmolog­ista Amilton Sampaio recomenda o uso de colírios lubrifican­tes, além de uma avaliação com um médico especialis­ta, para, assim, identifica­r se há algum outro fator associado.“Algumas pessoas que têm a pele oleosa, por exemplo, porque a produção da oleosidade da pele interfere na qualidade da lágrima. Existem suplemento­s vitamínico­s que estudos têm mostrado benefícios, mas nada deve ser feito sem avaliação médica”.

O uso excessivo dos dispositiv­os, segundo ele, também tem aumentado o índice de miopia na população – especialme­nte em crianças. Por isso, ele também indica que se mantenha certa distância entre o aparelho e os olhos. “Quanto mais próximo do rosto, pior. O ideal é manter algo em torno de 30, 40 centímetro­s. A gente costuma ver nossas crianças com a mania de ficar com o celular perto do rosto. A distância interfere e o excesso de horas também”.

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