Contradição em campo
O fechamento da última edição da Bahia Farm Show - o maior evento de tecnologia agropecuária do Norte e do Nordeste do país, ocorrido no município baiano de Luís Eduardo Magalhães - voltou a deixar claro as contradições do campo brasileiro: dentro das fazendas, o agronegócio é o setor mais dinâmico da economia; fora delas, uma série de velhos gargalos sem solução consome boa parte dos ganhos e tira a competitividade da produção.
O resultado dentro das cercas aponta para a possibilidade de mais um recorde. Até a sexta-feira (8) - penúltimo dia da feira - a Bahia Farm Show já havia movimentado R$ 1 bilhão e a perspectiva era a de que esse montante chegasse a R$ 1,5 bi. Em contrapartida, produtores votaram a reclamar de ações do governo para ampliar a BR - 242 principal via de escoamento do Oeste baiano -, e garantir maior qualidade de fornecimento de energia elétrica e de telefonia para a região.
O sucesso da feira ocorreu mesmo com o adiamento em uma semana provocado pela greve dos caminhoneiros. Ainda assim, quase todos os expositores permaneceram e a organização conseguiu manter a expansão em 20% do número de stands em relação a edição de 2017.
A Bahia Farm atrai produtores rurais de todos os estados do Nordeste, principalmente do Matopiba, a área que abrange parte do Maranhão, Tocantins, Piauí e 30 municípios do Oeste baiano. E o expositor que apostou no evento não pode reclamar. Uma revendedora de transporte de carga comercializou pelo menos 35 caminhões, com valores médios de R$ 430 mil cada. “Vendemos 30% a mais do que em 2017. Mesmo avisando aos clientes que a previsão de entrega é 2019 por causa da grande procura”, informou o consultor de negócios, Vivaldo Salustiano.
Os principais agentes de financiamento ao crédito agrícola no Brasil estiveram presentes na feira (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Santander e Bradesco ). O gerente geral da Agência do Banco do Nordeste em Luís Eduardo Magalhães, Romildo Oliveira do Nascimento, informou que, até a sexta, a agência havia liberado R$ 70 milhões para custeio ou finan-