Economistas recomendam planejamento nas contas
Diante dos dados apresentados pelo IBGE, o momento é de planejar o futuro, dizem economistas. Isso porque os impactos econômicos, com mais idosos, menos crianças nascendo e o mercado de trabalho composto por menos pessoas em fase adulta, implicam em mudanças gerais na economia. Até as residências ficarão menores.
“Os hábitos de consumo deverão ser revistos em todos os setores econômicos, tendo em vista a diminuição de filhos, da família. Haverá mudança no perfil do mercado de trabalho, composto por mais pessoas com idade entre 50 e 60 anos. Vai afetar todas as variáveis econômicas”, declara o economista Gustavo Casseb Pessoti, presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon).
O aumento dos idosos favorecerá as profissões ligadas à área de saúde, como enfermagem, fisioterapia, geriatria. “E, como boa parte dos idosos não possui planos de saúde, o aumento deles vai ressignificar o papel do governo com relação as contas públicas”, diz Pessoti.
“Temos uma geração mais saudável. Tem gente de 60 anos correndo maratona, o que não ocorria, por exemplo, em 1940. Temos de olhar para outras sociedades que possuem mais idosos e nos espelhar nelas”, diz o economista da Fecomércio, Fábio Pina.
E com o idoso tendo mais saúde, o economista é a favor de que a idade de aposentaria suba para 70 anos, e que o governo coloque o teto máximo para pagamento de aposentadorias no valor de R$ 5,5 mil. “Impossível manter as contas com aposentarias muito elevadas, como as de juízes, por exemplo”, critica.
“Precisamos de uma política de valorização e aproveitamento dessas pessoas, pensar em uma conectividade maior para elas”, defende o advogado Arnaldo Faria de Sá, especialista em Direito Previdenciário.