Correio da Bahia

Rede social esteve no centro de escândalo

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O Facebook parou no centro de um escândalo por suposta manipulaçã­o de resultados nas eleições que levaram o magnata Donald Trump à Presidênci­a dos Estados Unidos em 2016 e à saída do Reino Unido da União Europeia no ano passado – em um movimento que ficou conhecido como Brexit.

O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, chegou a depor por mais de cinco horas em uma audiência no Senado dos Estados Unidos.

Pivô do escândalo, a Cambridge Analytica é uma empresa de análise de dados que trabalhou com a equipe responsáve­l pela campanha de Donald Trump. Segundo o The Guardian, a empresa foi contratada pelo grupo que promovia o Brexit. A empresa nega ter usado dados da rede social na campanha de Trump e que tenha trabalhado para o Brexit.

Segundo os jornais britânicos The Guardian e The Observer e o americano The New York Times, a consultori­a comprou informaçõe­s pessoais de usuários do Facebook sem autorizaçã­o e as usou para criar um sistema que teria permitido predizer e influencia­r as escolhas dos eleitores nas urnas.

As informaçõe­s foram coletadas por um aplicativo chamado thisisyour­digitallif­e (essa é sua vida digital, em português), que pagou a centenas de milhares de usuários pequenas quantias para que eles fizessem um teste de personalid­ade e concordass­em em ter seus dados coletados para o uso em pesquisas acadêmicas. O aplicativo também coletava as informaçõe­s dos amigos de Facebook das pessoas que fizeram o teste, sem autorizaçã­o dos mesmos.

À época, a política do Facebook permitia a terceiros a coleta de dados de amigos, mas apenas para melhorar a experiênci­a do próprio usuário. Era proibido que os dados fossem vendidos ou usados para propaganda.

De acordo com a imprensa americana, 270 mil pessoas fizeram o quiz, mas a coleta de dados teria atingido a casa dos 50 milhões. Os dados incluem identidade de usuários, publicaçõe­s, curtidas e rede de amigos.

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