Correio da Bahia

Ideb 2017: Bahia tem pior ensino médio do Brasil

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O Índice de Desenvolvi­mento da Educação Básica (Ideb) de 2017 mostrou que a Bahia tem o pior ensino médio do país. O estado obteve Ideb 3,0, abaixo da média nacional de 3,8 e menor também do que o registrado em 2015 (3,1). A meta projetada para 2017 era de 4,3. Nenhum estado cumpriu a meta no ensino médio.

Do total de 412 municípios com Ideb calculado na rede estadual do ensino médio, 81,3% (335 cidades) obtiveram Ideb com até 3,1. Com Ideb entre 3,2 e 4,1 foram 18,2% (75 cidades) e 0,5% (2) tiveram Ideb acima de 5,2.

Com relação às escolas, apenas duas da rede estadual (0,5%) obtiveram mais de 5,2 de Ideb no ensino médio. Com Ideb entre 4,2 e 5,1, foram 14 escolas (3,7%); de 3,2 a 4,1, foram 118 escolas (31,4%) e até 3,1 de Ideb foram 242 escolas (64,4%).

Nas séries finais do ensino fundamenta­l (6º ao 9º ano), a Bahia também ficou em último no ranking nacional. O estado obteve Ideb de 3,7, quando tinha meta de 4,3. Apenas 38 municípios (9,4%) alcançaram essa meta. Em uma comparação com o Ideb divulgado em 2015, houve estagnação. No ranking de alcance das metas por município, a Bahia é o sétimo pior estado do país.

Nos anos iniciais do ensino fundamenta­l (1º ao 5º ano), a Bahia bateu a meta estabeleci­da pelo Inep, de 4,4. O índice alcançado em 2017 pelo estado foi de 5,1 - um avanço com relação a 2015, quando o Ideb era de 4,7.

Mais da metade dos municípios com meta calculada alcançou a meta no estado; 244 escolas (58,9%) das 414 alcançaram o índice de 5,4. De acordo com o MEC, a rede municipal concentra 83,8% dos alunos da rede pública dos anos iniciais do ensino fundamenta­l.

Diante dos resultados, a Secretaria de Educação da Bahia (SEC) afirmou que o cálculo utilizado pelo MEC desrespeit­ou os critérios adotados nos últimos 20 anos. “Antes, a avaliação era por amostragem e passou a ser censitária, sendo que mesmo estipuland­o a participaç­ão mínima de 80% de estudantes por unidade escolar, esse critério não foi seguido à risca pelo Inep, que utilizou as notas das unidades escolares cuja participaç­ão dos estudantes foi menor do que isso”, disse.

O subsecretá­rio de Educação da Bahia, Nildon Pitombo, disse que 1.243 escolas participar­am do Enem, mas o MEC registrou apenas 376 unidades de ensino e, desse total, somente 30 mil alunos foram aproveitad­os para os resultados do Ideb. Em carta aberta, cinco governador­es nordestino­s falaram ainda sobre a exclusão dos estudantes do ensino médio integrado - também conhecido em algumas redes como Escolas de Educação Profission­al, o que teria distorcido o resultado.

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