Correio da Bahia

É a vez dos moleques

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Vinte e quatro anos. Essa foi a idade do “tiozão”, o jogador mais velho da escalação do time titular do Vitória na rodada passada do Brasileirã­o, contra o América Mineiro. É quase três vezes menos que a idade do técnico Paulo Cézar Carpegiani, 69 anos. O “coroa” em campo foi Neilton, o camisa 10 , enquanto o caçulinha, com 19 anos, foi o zagueiro Lucas Ribeiro.

A média de idade na escalação do Vitória tem sido cada vez mais baixa desde que o técnico assumiu, há quatro rodadas. Desta vez, ao apostar em seis jogadores revelados nas divisões de base, Carpegiani mandou a campo uma equipe que, somando a idade de todos, chega a 240 anos. Portanto, a média da equipe foi de 21,8 anos.

Os moleques estão espalhados por todas as posições. No gol, com Ronaldo; na lateral, com Bruno Bispo; na zaga, com Lucas Ribeiro. Povoam também o meio-campo, com o volante Léo Gomes, e chegam à linha de frente, com Léo Ceará.

A escalação do zagueiro Bruno Bispo como lateral-esquerdo, inclusive, foi surpreende­nte, já que ele nunca havia atuado na posição como profission­al. “Ele (Carpegiani) perguntou para mim se já joguei como lateral no profission­al e eu disse que não. Só na base, com (Carlos) Amadeu. Gostei muito da experiênci­a. Claro que não tenho aquele cacoete de lateral mesmo, de ser tão ofensivo, mas quando precisou eu acho que fui bem. Se precisar de mim para o próximo jogo, estou pronto”, avisa Bruno Bispo, que tem 22 anos.

Apesar de animado por ganhar mais uma chance no time - antes, ele só havia entrado em um jogo, na derrota por 3x0 para o São Paulo, pela 12ª rodada -, o jogador prega respeito à velha guarda. “Não somos carentes na posição porque temos três laterais muito bons: Benítez (27 anos), Bryan (26) e Juninho (28). Carpegiani optou por mim para dar uma fechada na zaga e por causa das jogadas de bola aérea”, explica.

Apesar de pregar respeito aos companheir­os, Bruno Bispo, que agora prefere ser chamado apenas de Bruno, sabe que tem que ser respeitado por conquistar sua vaga no time. “Carpegiani está sendo bem coerente, indo pelo trabalho de todos, o que está vendo nos treinos. Quem está melhor, ele tem colocado para jogar. Acho que nesse jogo contra o América foi a equipe da gente mais nova que já jogou. Ele coloca e diz que a responsabi­lidade é dele. Ele tem essa postura de não ter medo de colocar os moleques da base. Os mais velhos respeitam, eles não têm essa vaidade”, explica.

O Vitória volta a campo na quinta-feira, contra o Fluminense, às 19h, no Maracanã. Nessa partida, Carpé contará com todos os seus guris, mas perderá outras peças.

Neilton recebeu o terceiro cartão amarelo e cumprirá suspensão, assim como o volante Marcelo Meli. Quem também não pode atuar, porém por motivos contratuai­s, é Lucas Fernandes, que não é titular, mas entrou em todos os jogos desde que o treinador assumiu o Leão.

A maior dor-de-cabeça é a perda de Neilton. Para a vaga, o treinador rubro-negro pode apostar no recém-contratado Maurício Cordeiro, que ainda não estreou, Walter Bou, Wallyson ou André Lima - neste caso, deslocando Léo Ceará para a ponta, como ocorreu na rodada passada, após a saída de Yago.

Outros possíveis desfalques são o próprio Yago, que deixou o jogo mais cedo após sentir dor na coxa, além de Willian Farias, Arouca, Luan, Wallison Maia e Júnior Todinho. Juninho, na transição, é dúvida. Rhayner, que foi poupado, deve retornar.

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Zagueiro Lucas Ribeiro conduz a bola durante o treino na Toca

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