Carregadas e lacradas
Às 17h do dia 7 de outubro, quando as portas dos cartórios eleitorais forem fechadas, o Brasil saberá, horas mais tarde, quem irá para o segundo turno ou quem ocupará, de primeira, a cadeira do Palácio do Planalto. Cabe às urnas eletrônicas registrar a vontade do povo, e ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por sua vez, garantir o funcionamento e a segurança do aparato eletrônico usado na corrida eleitoral.
Na manhã de ontem, 1.358 urnas que serão utilizadas em cinco das 19 zonas eleitorais de Salvador, que tem cerca de 5 mil urnas, começaram a ser carregadas com dados eleitorais e lacradas para garantir que não sejam violadas até a apuração dos votos. O trabalho seguirá até a terça-feira (2).
De acordo com o TRE-BA, é preciso seguir à risca um procedimento de segurança para a introdução dos dados nos equipamentos. No galpão do Centro de Apoio Técnico (CAT), em Porto Seco Pirajá, às margens da BR-324, uma equipe formada por técnicos eleitorais, juízes eleitorais e advogados ficou responsável por introduzir nas urnas os ‘flashs cards’, que são cartões de memória contendo todas as informações dos eleitores e dos candidatos.
São três tipos de cartões que chegaram recentemente ao CAT, vindos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lacrados.
O primeiro cartão, conhecido como ‘flash de carga’, contém informações referentes aos eleitores, como nome e seção de votação, além dos dados dos candidatos aptos à corrida eleitoral. O segundo, chamado de ‘flash de eleição’, veio carregado com as fotos dos presidenciáveis e dos candidatos a deputados e ao Senado.
O terceiro é a ‘mídia de resultado’, responsável por computar os votos. Ele é o único que é retirado após o fim da votação para ser utilizado na apuração dos resultados. O ‘flash de eleição’, além de estar carregado com as imagens dos candidatos, também funciona como armazenamento de votos, garantindo que, caso haja algum problema com a ‘mídia de resultado’, todos os dados não sejam perdidos.
São os técnicos eleitorais que carregam as urnas. Foram contratados por uma empresa que venceu uma licitação pública, ficando responsável por reunir e treinar uma equipe. Primeiro, eles inserem o ‘flash de carga’ para, logo em seguida, testar se a tela e os botões estão funcionando. Logo em seguida, são colocados nas máquinas o ‘flash de eleição’ e a ‘mídia de resultado’ para, posteriormente, serem lacradas com uma peça de segurança e um adesivo de alto relevo, difícil de ser removido da urna.
Depois desse processo, as urnas ficam empilhadas no galpão para saírem de lá, um dia antes das eleições, acompanhadas de um efetivo de segurança que garanta que nenhuma máquina seja desviada do trajeto até as seções, o que pode até influenciar no resultado final do pleito.
A quantidade de pessoas responsáveis pela segurança, no entanto, não é revelada pelo órgão, que alega um protocolo de proteção. Serão seguranças institucionais do próprio TRE, além de profissionais contratados por uma empresa. Eles também ficam de guarda no galpão do CAT durante 24 horas.
O CORREIO apurou que não existem câmeras no CAT. Mas, segundo o TRE, a falta de monitoramento eletrônico não compromete a violação dos aparelhos, já que os profissionais estão, durante todo o