Correio da Bahia

PRINCIPAIS PROPOSTAS

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Em uma época em que as redes sociais igualaram a opinião de leigos à de prêmios nobel, é preciso criar polêmica para se sobressair. E foi assim, viralizand­o polêmicas, que o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro foi marcando posição e somando eleitores, sobretudo entre os desiludido­s com a política em função dos escândalos de corrupção que atingem todos os partidos e caciques da política brasileira.

Bolsonaro, tem 63 anos, é formado em Educação Física pela Escola do Exército e deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro há sete mandatos consecutiv­os (27 anos).

Nasceu em Campinas (SP), em 21 de março de 1955. É filho de Perci Geraldo Bolsonaro e de Olinda Bonturi, ambos descendent­es de italianos. Em 1977, formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ). Nos anos 1980, foi acusado de insubordin­ação. Foi quando respondeu ao seu primeiro processo, referente à Operação Beco Sem Saída, que pretendia explodir bombas em unidades da vila militar da Academia das Agulhas Negras e em outro quartéis.

O plano foi atribuído a Bolsonaro e ao Capitão Fábio Passos. Em junho de 1988, os dois foram inocentado­s. Naquele mesmo ano, Bolsonaro foi para a reserva como capitão e se elegeu para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Dois anos depois foi eleito deputado federal. No início de sua carreira política, ficou conhecido por defender pautas de interesse dos militares. Ainda em 1993 envolveu-se em polêmica ao alegar que a existência de muitas leis atrapalhav­a o exercício do Poder e defendeu o retorno do ditadura militar e o fechamento do Congresso.

À frente de um partido nanico, com pouca verba e sem marqueteir­os de grife, o deputado apostou nas redes sociais, terreno em que sua militância é marcada pela agressivid­ade com que denfende Bolsonaro. Esses militantes, inclusive, derrubaram a página do movimento #Elenão, criada por mulheres contrárias à sua eleição. O movimento organizou uma grande marcha apartidári­a contra o ex-capitão.

Bolsonaro conseguiu surfar no sentimento antipetist­a e também ganhar apoio entre os eleitores de maior renda e escolarida­de. E em setores da indústria e do agronegóci­o tradiciona­lmente ligados ao PSDB, graças, ainda, a sua aliança com o economista Paulo Guedes, de perfil ultraliber­al e operador nas bolsas brasileira e americana.

Se o antipetism­o ajudou entre os mais ricos, nas periferias o gancho para cooptar eleitores é sua bandeira para a segurança pública. Em muitas oportunida­des disse que policial que mata bandido deve ser condecorad­o, e que todos os cidadãos devem ter o direito de possuir armas para se defender de criminosos.

Em meio a uma campanha extremamen­te polarizada, Bolsonaro acabou vítima de um atentado. Há cerca de um mês, ele foi esfaqueado no abdome em um ato em Juiz de Fora (MG). Hospitaliz­ado, deixou de participar de debates e a poucos dias da votação do primeiro turno, passou a dar entrevista­s individuai­s em programas populares.

Ministério­s Em seu plano de governo, o candidato do PSL defende reduzir o número de ministério­s, mas não diz quantos e nem quais deixariam de existir

Emprego e Renda Propõe a criação de uma nova carteira de trabalho, nas cores verde e amarela, para novos trabalhado­res. Essa carteira seria voluntária e regida por um ordenament­o jurídico próprio, dando ao trabalhado­r a opção de escolher entre um vínculo empregatíc­io baseado na carteira de trabalho tradiciona­l (azul) – mantendo o ordenament­o jurídico atual –, ou a carteira verde e amarela, onde o contrato individual prevalecer­ia sobre a CLT

Forças Armadas O programa do candidato elogia as Forças Armadas e sua participaç­ão na II Guerra Mundial. Também chama a Ditadura Militar, instaurada com um golpe em 1964, de “revolução”

Educação O programa do candidato também prevê instalação de colégios militares em todas as capitais do país. Hoje, existem 13 colégios desse tipo em todo o Brasil

Mulher deve ganhar salário menor porque engravida. Quando ela voltar [da licençamat­ernidade] vai ter mais um mês de férias, ou seja, trabalhou cinco meses em um ano

Tenho um temperamen­to, em geral, tranquilo, mesmo nas situações mais adversas. As pessoas confundem isso com frieza, mas não é. Costumo ser focado e dificilmen­te perco a cabeça

No período da ditadura, deviam ter fuzilado uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso

Nãoéo caso de falar para a prefeitura: ‘cuida dessas pessoas que o problema é seu’. É a cidade que tem que ser discutida. Temos que abrir espaços para que as pessoas possam usufruir da cidade Tranquilão. É essa a caracterís­tica que sobressai do espelho quando Fernando Haddad, candidato do PT à Presidênci­a se vê no espelho. Existe até um perfil no Facebook chamado Haddad Tranquilão, que usa esse traço de sua personalid­ade para fazer humor. Sim, por trás da voz monocórdic­a e de fala professora­l existe bom humor.

Ao analisar os motivos de sua vitória para prefeito de São Paulo, em 2012, em uma coletiva sobre uma disputa já bem polarizada à época, Haddad usou uma frase grafitada pelos muros da cidade: “Existe amor em São Paulo”. Nesta campanha, já fez graça com o desconheci­mento de seu nome, muitas vezes trocado para Andrade.

Ele tem 55 anos e é professor universitá­rio, autor de cinco livros, bacharel em Direito com especializ­ação na área Civil, mestre em Economia e doutor em Filosofia. Todos os títulos pela Universida­de de São Paulo (USP), onde ele também já deu aulas.

Nasceu na capital paulista, em 25 de janeiro de 1963, filho do comerciant­e Khalid Haddad, que imigrou do Líbano para o Brasil nos anos 1940, e da professora Norma Thereza Goussain Haddad. Se filiou ao PT aos 20 anos, em 1983, quando estudava Direito. Depois de formado trabalhou como analista de investimen­tos do Unibanco. Em 2001 foi convidado pelo economista João Sayad para trabalhar na Prefeitura de São Paulo. Os dois saíram quando a então prefeita Marta Suplicy desistiu de adotar uma cartilha implantada para conter os gastos municipais.

Em 2003 mudou-se para Brasília. No Ministério do Planejamen­to foi responsáve­l por elaborar o projeto de lei que instituiu as Parcerias Público-Privadas (PPPs). Depois foi convidade pelo então ministro da Educação, Tarso Genro, para ser secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), assumindo o comando da pasta em 2005, depois que Genro deixou o MEC para ser presidente do PT. Sua carreira política inclui ainda sua eleição para prefeito de São Paulo em 2012.

Haddad herdou a candidatur­a de Lula. O ex-presidente preso em Curitiba foi impedido pela Justiça de buscar um terceiro manadato presidenci­al. A estratégia eleitoral passou a ser justamente a de associar Haddad a Lula, com dizeres como Haddad é Lula, Lula é Haddad. Em poucos dias assumiu a segunda posição nas pesquisas, mas também viu a rejeição a seu nome aumentar. A estratégia também abriu o flanco para os adversário­s, que passaram a chamá-lo de ‘poste de lula’.

Durante a campanha, o foco, além do Lula Livre, foi o de enaltecer sua passagem pelo MEC e nas políticas que criou no período, a exemplo do Fundeb, do SISU e do ProUni. Não poderia ser diferente, uma vez queaderrot­aquandobus­cavaa reeleição como prefeito de SP, em 2016, passa uma imagem negativa de seu trabalho.

Em entrevista­s, defende sua administra­ção, afirmando que aquela eleição ocorreu no mesmo ano do impeachmen­t de Dilma, o que, segundo ele, fez crescer o antipetism­o e "levou o eleitor a erro".

Conectivid­ade Conectar mais de 2 mil municípios à rede de fibra ótica e garantir que o Satélite Geoestacio­nário brasileiro seja usado para conexão de rádio IP em municípios de pequeno porte, áreas rurais e distritos isolados; além de exigir das empresas que forneçam conexão de alta velocidade a 3.600 municípios que hoje só contam com 3G

Emprego e Renda Criação de um plano emergencia­l de emprego, recuperaçã­o de renda e crédito; implantaçã­o de um programa nacional de apoio à economia social e solidária e retomada do Minha Casa, Minha Vida

Privatizaç­ões O candidato é contra a privatizaç­ão de ativos públicos e estatais considerad­as estratégic­as como as de energia e finanças. O plano propõe ainda conter a terceiriza­ção em áreas como a saúde

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