‘As pessoas podem opinar’, diz Weber
“Independentemente de quem seja o vencedor, nós estaremos na oposição. O Brasil vai precisar de uma oposição democrática. Podemos assegurar: estaremos na oposição porque é a única forma de quebrar o ciclo vicioso”, disse.
Marina, que chegou a figurar como segunda colocada no começo das pesquisas, terminou o pleito em oitavo lugar, com 1% e pouco mais de 1 milhão de votos. Um resultado muito diferente do que conquistou em 2014, quando obteve mais de 22 milhões de votos como terceira colocada na eleição presidencial.
Quando questionada se seu comentário significava que não iria apoiar nenhum dos dois lados, Marina disse que ainda discutiria isso com o partido nos próximos dias. Porém, pontuou que “não temos qualquer identificação com projetos autoritários, pelo menos da minha parte”.
O candidato à presidência pelo MDB, Henrique Meirelles, seguiu o mesmo caminho da adversária da Rede e disse ontem, que não vai dar apoio a nenhum dos dois candidatos do segundo turno. “Prefiro a independência”, afirmou o emedebista.
Henrique Meirelles também disse que não ficou surpreso com o resultado do primeiro turno. Ele avaliou que os brasileiros escolheram seus candidatos com um lado para evitar a ascendência do outro. Segundo ele, agora, na segunda etapa da eleição, o país precisa de “serenidade”. “Nesse momento que entramos no segundo turno, precisamos que os candidatos demonstrem serenidade”, ponderou. O emedebista ficou em sétimo lugar, com 1,2% dos votos, atrás de Cabo Daciolo (Patriota) com 1,26% e João Amoedo (Novo) que somou 2,51%.
Substituição O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou ontem que 2.400 urnas foram substituídas no primeiro turno das eleições desse ano após apresentarem defeitos. O número representa 0.46% do total de urnas utilizadas. Segundo o TSE, o número de substituições caiu 54,5% em relação ao registrado nas eleições de 2014, quando foram trocadas 5.275 urnas. A maior parte das substituições ocorridas ontem foi no estado de Minas Gerais (487) e em Pernambuco (257).
Índices Camilo Santana (PT), do Ceará, foi o governador que teve a maior votação entre os eleitos: 79,91%. Já Paulo Câmara (PSB) foi reeleito em Pernambuco no limite da metade dos votos mais um: teve 50,66%.
São Paulo A disputa mais acirrada foi, sem dúvida, pela segunda vaga no segundo turno em São Paulo. Marcio França (PSB), atual governador do estado, venceu
Paulo Skaf (MDB) por apenas 0,35 ponto percentual. Cerca de 70 mil votos num colégio eleitoral de 33 milhões de eleitores. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, destacou, ontem, que a democracia garante a liberdade de expressão aos cidadãos, ao ser indagada sobre as declarações do candidato Jair Bolsonaro (PSL), que questionou o resultado do 1º turno após a apuração indicar que ele disputará o segundo turno com Fernando Haddad (PT).
“Temos de enfrentar nossas preocupações com tranquilidade”, respondeu Rosa. “Num Estado Democrático de Direito, o bom é isso: que as pessoas possam se expressar. Vivemos numa democracia, as pessoas têm o direito de emitir suas opiniões”, completou.
Quando perguntada se o TSE não teria “subestimado” o impacto das chamadas fake news no decorrer das eleições, a ministra respondeu que o tribunal não desconhecia que “havia possibilidade de fake news”.
Rosa observou que o Brasil não estaria “imune a notícias falsas”, considerando que as redes sociais são “extremamente atuantes” no território nacional. A ministra também reafirmou, como vem fazendo, que o sistema eletrônico de votação é “auditável”.
A presidente do TSE destacou ainda a possibilidade do tribunal “proceder a verificação dos equipamentos para apurar alguma falha, alguma fraude”. “O que importa é que, uma vez denunciadas (fraudes), elas possam ser apuradas”.