Então, aplicar a tecnologia em prol das mudanças positivas na sociedade , é saber que a tecnologia é um meio
O que é pensamento exponencial e como essa forma de pensar nos ajuda a entender e adaptar aos tempos da revolução digital? O pensamento exponencial é melhor compreendido quanto a gente contrapõe ele ao pensamento linear. Então, o mundo sempre cresceu de uma maneira constante, linear e local. E de repente, é exponencial e global. Exponencial basicamente quer dizer que na mesma mudança de tempo, em dez anos, o que acontecia de 1950 a 1960, o crescimento da tecnologia, o crescimento da população, o impacto em aspectos socioambientais, quando você pega de 2010 para 2020, a mudança é muito radical, isso é exponencial. É aquela curvazinha que faz com que, quando você anda no tempo aqui no eixo x, a quantidade de mudança, no eixo y, é bastante alterada. É fundamental a gente ter esse farol de pensamento porque a gente sabe e vai entender, não só que a mudança acontece, mas como ela acontece. Especialmente no final da curva exponencial, de maneira muito rápida. De você brigar se o Uber deveria entrar ou não no Brasil, para ele virar uma realidade absoluta, isso foi uma questão de dois anos.
O Fórum Agenda Bahia 2018 tem uma questão central Como humanos e máquinas podem andar juntos na era tecnológica -. Do ponto de vista do pensamento exponencial, como essa combinação é possível?
A primeira coisa é que os humanos e máquinas andam juntos há bastante tempo. Então, a gente tem um processo de transformação que já vem ocorrendo e agora está mais fácil. Então, é impossível você imaginar a máquina sem a pessoa e não o contrário. A combinação que a gente tem vai ser de mais uma vez, ressaltar os aspectos mais humanos, como a capacidade cognitiva específica, que mais tem a ver com empatia, mais tem a ver com a maneira como a gente resolve problemas, e utilizá-la. Quando a gente fez as máquinas, a força física era menos importante. Então, agora que a gente desenvolveu a possibilidade de usar computadores para atividades cognitivas repetitivas, a gente vai direcionar nossa capacidade para outras coisas.
Muito se fala em era exponencial e disruptiva, que momento é esse que estamos vivendo? E de que maneira isso afeta o cotidiano das pessoas, seu modo de pensar e de existir no mundo?
Eu sou meio crítico, eu brinco que tem a ‘Santíssima Trindade’ da mudança que a gente vive, que é disrupção, exponencial e digital. E acho que a gente, na verdade, não sabe muito bem o que é isso. Então, a questão da era exponencial e disruptiva que a gente está vivendo, eu acho que tem muito a ver com uma vontade de vender livro. Na verdade, as mudanças rápidas se dão ao longo de meses e anos. Eu acho que a gente vai, por um lado, ser impactado por novas tecnologias que vão tornar a nossa vida mais fácil, para algumas pessoas, e mais complexas, para outras. Nós vamos ter jeitos diferentes de interagir com o mundo. Mas, especialmente, acho que a gente vai ter de continuar aprendendo. Acho que quando a gente pega a transformação do mundo, que se dá nessa velocidade exponencial, e quando a gente pega a longevidade, o fato de que a gente vai viver mais tempo, tem uma necessidade de a gente focar nosso aprendizado de uma maneira bem intensa.
Quais habilidades os empreendedores e/ou líderes empresariais precisam desenvolver para pensaram de maneira mais exponencial?
A gente fala habilidades do futuro, mas eu sou um pouco crítico, estou escrevendo um livro junto com outras pessoas, a gente pesquisou e identificou 302 habilidades listadas, entre Fórum Econômico Mundial, vários autores,
Para o senhor, a tecnologia é um meio de construirmos um futuro mais justo e mais inclusivo? O que ainda precisamos aprender para aplicar a tecnologia em prol de mudanças positivas no mundo?
A primeira coisa é: o que é a tecnologia? Porque sempre foi isso, uma maneira de fazer um futuro mais justo, mais inclusivo. Carro é tecnologia, luz é tecnologia, rádio é tecnologia. Mas a gente normalmente trava a tecnologia no que foi inventado nos últimos 10 anos. Mas desde que a gente pegou uma pedra, como homo sapiens, aliás, bem antes disso até, para quebrar um coco para comer, uma ferramenta tecnológica estava fazendo a gente ter uma interação melhor com o mundo. Esse é o processo constante. A gente tem efeitos colaterais como a poluição, a pobreza, como a questão da fome. São questões laterais, involuntárias e negativas pelo fato da gente ter dominado tanto a tecnologia que a gente consegue crescer populacionalmente de uma maneira muito grande. Então, eu acho que o aprendizado para usar a tecnologia, efetivamente é uma visão de futurismo. E o futurismo não é futurologia, não é você querer acertar o futuro. Futurismo é você querer pensar em imagens possíveis, em cenários possíveis, e criar um cenário que você escolhe e agir no presente. Eu me apresento como ‘presentista’, alguém que sabe que já tem futuro demais aqui e tem de espalhar esse futuro para mais gente. Tem um monte de coisas que um número bem pequeno da população sabe, conhece ou utiliza. E quanto mais gente tiver esse conhecimento, melhor. Então, aplicar a tecnologia em prol de mudanças positivas, é saber que a tecnologia é meio. No fundo, é conversar com o ser humano e entender exatamente o que a gente quer como sociedade e o que cada um quer como responsável por uma partezinha da espécie humana.
Painel Humanize[se]: Como homem e máquina podem andar juntos nessa nova era tecnológica?, com Frank Tyneski, Conrado Schlochauer, Sil Bahia e Marcelo Arantes
Oficina Psico-Estética: A Arte Prática do Design Thinking, com Frank Tyneski
Oficina O Mundo mudou. E você?, com Eduardo Endo, diretor dos MBAs da FIAP
NAVE: Programação e robótica como solução para as cidades, com Anderson Paulo da Silva
Pessoas e Tecnologia: criando novas relações de trabalho, Marcelo Arantes
Oficina Criative [se], com Alessandra Terumi
Desafio de Inovação Acelere[se]. As sete startups participantes do programa de mentorias farão um pitch para público e jurados . Cristiana Arcangeli fará palestra sobre os desafios de empreender e dicas para novos empreendedores
Painel Tecnologia, Impacto Social e Diversidade, com Sil Bahia, diretora de projetos do Olabi Markerspace, Brenda Costa, cofundadora do OxenTI Menina, e Ka Menezes, Professora da Faculdade de Educação da UFBA, presidenta do Raul Hacker Club de Salvador Bahia e idealizadora do Projeto Crianças Hackers
Painel Inteligência Artificial na Indústria 4.0: impactos e novas habilidades profissionais, com Rita Pellegrino e Erick Sperandio.
O quê Seminário Humanize[se], 07/11, das 8h às 17h30, no Quality Hotel & Suítes São Salvador (Stiep)
Como Participar Inscrições só até hoje no site agendabahiacorreio.com.br/humanizese
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