Com grãos e fibras, Oeste baiano é destaque
uma severa seca, o setor chegou a registrar uma queda significativa, caindo para 21,3% do PIB do estado. Depois o PIB do agro voltou a subir, e agora, em 2017, alcançou R$ 60,770 bilhões.
“A importância do agronegócio vai além do valor adicionado pelo arranjo produtivo ao PIB do estado. A maior parte da dinâmica econômica de um grande conjunto de municípios do interior da Bahia está, direta ou indiretamente, relacionada com o desempenho desse setor”, disse Gustavo Pessoti, diretor de Indicadores e Estatística da SEI.
Um dos principais fatores que contribuíram para este desempenho foi o sistema de preços do mercado internacional. Algumas commodities brasileiras, como soja, milho e algodão, ficaram mais valorizadas no período analisado, e favoreceram o agronegócio da Bahia.
A pesquisa também revela que a taxa real de crescimento do agronegócio baiano em 2017 foi de 4,1%. “Isso significa o crescimento real do ponto de vista da produção física, desde a indústria aos serviços. É um índice muito bom de crescimento, se levarmos em consideração o péssimo momento da economia nacional neste período, e a crise da economia baiana nos últimos anos”, acrescenta Pessoti.
O setor agropecuário também evoluiu na economia nacional, passou a representar 21,59% do PIB brasileiro. Antes, em 2012, correspondia a 19,4%. Os dados foram calculados a partir de vários estudos já publicados nos últimos seis anos, e com base na estimativa do PIB do agronegócio no Brasil. Eles evidenciam ainda a interligação entre o setor agropecuário com outras atividades econômicas.
“A agropecuária ajuda a entender a dinâmica da economia como um todo. Isso é importante porque integra o agro, as indústrias e os serviços. Compreender essas relações permite que às diferentes instituições, como associações privadas, pesquisadores e governo, tenham uma visão mais ampla do processo de geração de riqueza no mundo da agropecuária”, acrescenta Pessoti.
A análise envolve os três setores da produção agrícola, começando pelo levantamento de dados sobre os insumos agropecuários, usados antes do plantio, como sementes e fertilizantes. A pesquisa inclui ainda o volume de negócios dentro da porteira, ou seja, nas fazendas, e as informações dos setores agroindustriais que fazem a transformação da matéria-prima agrícola.
Outro destaque é que o setor terciário também foi incluído na análise, como o transporte e os serviços utilizados pelo setor, além da própria comercialização e distribuição dos produtos agropecuários.
“Os dados demonstram a influência direta da agropecuária no nosso estado, nos setores de produção, industrialização de produtos agropecuários e serviços, garantindo a geração de riqueza para a Bahia. Riqueza que pode ser ampliada com a criação de mecanismos que agreguem valor às commodities, e criem mais postos de trabalho no interior e na capital”, afirmou Andréa Mendonça, secretária de Agricultura do estado. De acordo com o levantamento, do volume total do PIB do agronegócio, 87% são gerados pelos grandes negócios e 13% pelos pequenos e médios agricultores. O crescimento tem sido registrado em várias cadeias produtivas como gado de corte, caprino, ovino, apicultura e fruticultura.
Mas a produção do Oeste da Bahia tem peso marcante no resultado, tanto pela produção de grãos quanto pela de fibras. Os agricultores da região mantêm 2 milhões e 160 mil hectares plantados.
“Nestas últimas duas safras, o alinhamento climático e o volume regular de chuva expressaram o potencial produtivo das diferentes culturas. O produtor rural vem fazendo o dever de casa, melhorando o solo, adubação, sementes, usando tecnologias modernas, com novas cultivares, daí este resultado. É uma atividade importantíssima para o estado na geração de impostos, emprego e renda”, enfatiza Luiz Pradella, vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). Em toda a Bahia, parte da produção agrícola é direcionada para o mercado interno, mas vem aumentando o envio de produtos para outros países. Só no Porto de Salvador, os produtos agrícolas já representam quase 26% do volume exportado.
“Temos certeza que agregando tecnologia à produção, respeitando todas as normas ambientais e trabalhistas, a participação do Agro será cada vez maior no PIB. Ajudar a Bahia e o Brasil é a vocação do produtor rural”, afirma Humberto Miranda, presidente do sistema Faeb/Senar na Bahia. Para ele, a evolução é o resultado de vários projetos que vêm sendo implantados pelos produtores rurais ao longo dos últimos anos.