Pesquisa reacende debate sobre Previdência
Os dados do IBGE são usados como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.
Para especialistas em Economia e Previdência Social, a pesquisa sobre o aumento da expectativa de vida reforça os debates sobre a necessidade da reforma no sistema previdenciário brasileiro.
O advogado e deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PP-SP) destaca o problema de o fator previdenciário prejudicar as diferenças regionais. “Há estados em que a expectativa de vida é menor que outros, então, isso acaba não sendo levado em conta na hora da aposentadoria”, disse ele. “Estamos vendo uma forma de mudar isso em Brasília e a pessoa ser aposentada com base na realidade da sua região”.
Presidente da Comissão de Direito Previdenciário da Seção Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a advogada Ana Izabel Jordão afirma que além dos fatores regionais poderiam ser levados em conta as diferenças de gênero.
“Acaba ficando, de certa forma, prejudicado. Mulheres vivem mais que os homens, mas aplica-se esse fator tanto pra homem quanto pra mulher, e isso prejudica a renda do trabalhador”.
Os dados do IBGE são também, segundo os especialistas, um sinal da melhoria nas condições de vida, como de acesso à saúde e avanços da Medicina, mudança para melhor da situação sanitária e cuidado maior com os idosos.
Apontam ainda para uma mudança na economia e no trabalho, no que se refere a serviços oferecidos a idosos, como de cuidadores, geriatria, equipamentos diversos que facilitam a vida de quem já está aposentado.
Presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon), o economista Gustavo Casseb Pessoti disse que os dados sobre a melhoria da expectativa de vida já eram esperados, tendo em vista as pesquisas anteriores e os avanços sociais.
“Uma notícia como essa significa novas funções que passam a ser realizadas para a população mais idosa, mudança de atividades econômicas passam a ser incrementadas no mercado em função do cenário populacional”, analisou. “Coloca também pressão no sistema de saúde pública, para atender pacientes idosos”, diz Pessoti.