Correio da Bahia

Novas carnes no espeto

- Georgina Maynart

Costela, picanha, filé mignon, e mais 28 cortes especiais chegam a custar 30% mais caro do que as carnes comuns. São os cortes diferencia­dos de carneiros e cabritos que estão movimentan­do a cooperativ­a regional de alimentos da cidade de Pintadas, no Território da Bacia de Jacuípe.

O projeto funciona há três anos e já rende bons frutos. Ano passado, a venda dos cortes voltados para o mercado gourmet gerou para a cooperativ­a R$ 3,8 milhões. Este ano, os produtores ainda não fecharam as contas, mas estimam que a venda total deva alcançar R$ 5 milhões.

O negócio começou com 300 produtores em 2016. Atualmente já conta com 900 criadores de caprinos de 56 municípios do semiárido baiano, principalm­ente do território da Bacia do Jacuípe. Mas recebe ainda carnes fornecidas pelas regiões de Juazeiro, Paulo Afonso e Bruma- do, áreas que tradiciona­lmente concentram grandes rebanhos da espécie.

Para atender o mercado especial, eles mudaram a forma e a fase do abate. “O mercado quer animais precoces. Por que quanto mais novos, mais macia é a carne. Nós conseguimo­s mudar o manejo para produzir animais que atingem entre 15 e 20 quilos em apenas 11 meses de idade”, explica Valcyr Almeida, presidente da cooperativ­a regional de alimentos de Pintadas, que detém a marca “Fino Sertão, Carnes Especiais”. O grupo funciona através da FrigBahia, uma cooperativ­a que reúne outras cooperativ­as menores. O nicho de mercado também exigiu do grupo mudanças na forma de abate. “Nós fazemos o abate humanizado, no qual o animal não sofre, desde a forma de tirar a pele, até o modo do magarefe manusear a matéria prima. Ele nem toca na carne. Isso faz toda a diferença no resultado, para que a carne não fique com aquele ranço”, acrescenta Valcyr.

O carré francês é o corte mais valorizado e também o mais procurado. Chega a custar entre R$ 60 e R$ 70 o quilo. O negócio cresceu tanto que das 5 toneladas produzidas no primeiro ano, a produção atual já chega a 20 toneladas de cortes especiais por mês. E mesmo assim, o grupo não tem conseguido atender à demanda. Por isso a expectativ­a é de cresciment­o nos próximos anos.

“Hoje nós temos quatro cortes que a gente não consegue atender a demanda, o

 ??  ?? Presidente da cooperativ­a de alimentos de Pintadas, Valcyr Almeida mostra produtos de marca 100% baiana
Presidente da cooperativ­a de alimentos de Pintadas, Valcyr Almeida mostra produtos de marca 100% baiana

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil