Samba pra gente sambar
Com 67 anos, a aposentada Maria do Carmo Oliveira curtiu a Caminhada do Samba, durante a tarde de ontem, no Campo Grande, e foi direto para a comemoração do Dia do Samba que teve diversos shows no Rio Vermelho. O mais esperado foi o de Alcione, a Marrom.
A cantora subiu ao palco por volta das 22h e, entre um sucesso e outro, disse: “Os meus maiores sucessos construí na Bahia. Declaro aqui o meu amor”.
Enquanto sambava, Maria do Carmo disse: “Vim ver essa homenagem maravilhosa. Curtir samba de verdade. E o melhor é poder ver tudo de graça”, comemorou.
O samba no pé e a música no gogó envolveram a todos na Praça Caramuru. A assistente social Vânia Silvestre, 55, foi ao local com a família inteira: a netinha de 3 anos, Ana Beatriz, o filho e a nora. “Todos gostam de samba”, contou a aposentada.
Mesmo com cinco picos de apagão de luz por insuficiência no gerador antes do show de Marrom, uma parte do público continuou animada, fazendo roda de samba com o auxílio de um pandeiro ou cantando as músicas de Alcione no gogó.
“É a 47ª edição de comemoração do Dia do Samba. Durante todos esses anos, eu participei. Seja cantando, no início, ou na organização. A Bahia tem uma grande importância no cenário”, disse Edil Pacheco, organizador do evento.
Para a cantora Juliana Ribeiro, o Dia do Samba é muito especial. “Eu acredito que eu represento, e representei - principalmente na Caminhada, onde eu era a única -, as mulheres nesse lugar. Alcione, por exemplo, abriu muitos caminhos para que outras de nós pudéssemos vir”, destacou.
A animadora de festas Eloísa Maria de Jesus, 59, ganha parte de sua renda fazendo imitações de Alcione. “Eu vim hoje (ontem) porque sou apaixonada por ela. Faço essa imitação há 20 anos. Estou muito feliz em poder vê-la”, disse Eloísa.
Mais cedo, no Campo Grande, uma multidão acompanhou nove trios elétricos até a Praça Castro Alves.
O dia 2 de dezembro foi eternalizado como Dia do Samba pela Câmara de Vereadores de Salvador em 1940. A data homenageia o compositor Ary Barroso. O dia 2 foi a data em que Barroso pisou pela primeira vez em Salvador. Ele lançou “Aquarela do Brasil” um ano antes.