Falta saneamento para boa parte da população
Além das restrições monetárias, a análise das condições de vida da população também deve captar as dificuldades no acesso a dimensões que não dependem exclusivamente da renda, como é o caso de educação, proteção social, moradia adequada, serviços de saneamento básico e comunicação. Na Bahia, dentre esses cinco aspectos investigados, a restrição de acesso mais frequente, em 2017, era ao saneamento.
Quase metade da população do estado (47,9% ou cerca de 7,3 milhões de pessoas) não tinha acesso simultâneo aos três serviços de saneamento básico: coleta direta ou indireta de lixo, abastecimento de água por rede geral e esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial.
Em seguida, no estado, vinham as restrições no acesso a comunicação, com 35,8% da população (5,5 milhões de pessoas) sem internet; e no acesso à educação, com 34,9% das pessoas (5,4 milhões de pessoas) que tinham de 6 a 14 anos de idade e não frequentavam escola ou tinham 15 anos ou mais de idade e eram analfabetas, ou tinham 16 anos ou mais de idade e não possuíam ensino fundamental completo.
O governo da Bahia destacou que tem buscado fazer investimentos em programas sociais, mesmo diante do cenário político-econômico nacional que nos últimos anos fez reduzir os recursos voltados para o setor.
A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social observa que até 2016 o Brasil estava “construindo um conjunto de políticas públicas sociais eficientes, que conseguiam a extrema pobreza”.
“Entretanto”, diz a secretaria, “nos últimos dois anos, as políticas socais do país foram freadas drasticamente, passando a sofrer intensos cortes e uma redução de recursos absurda, resultando no retrocesso no enfrentamento e superação da pobreza”.