Bahia tem o maior índice de domicílios sem renda
Também aumentou, entre 2016 e 2017, o hiato da pobreza, ou seja, a distância (em %) entre o rendimento médio das pessoas abaixo da linha de pobreza e o valor limite dessa linha (R$ 406 mensais em 2017).
Em 2017, no Brasil, as pessoas abaixo da linha de pobreza tinham rendimento em média 12,1% menor que o valor limite, frente a uma distância de 11,5% em 2016. Na Bahia, o hiato de pobreza aumentou de 20,2% em 2016 para 22,5% em 2017; já em Salvador, a distância cresceu de 9,5% para 11,5%, de um ano para o outro.
Em 2017, o rendimento médio mensal domiciliar per capita no país foi de R$ 1.511. As menores médias foram no Nordeste (R$ 984) e Norte (R$ 1.011), regiões onde quase metade da população (respectivamente, 49,9% e 48,1%) tinha rendimento médio mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo.
Na Bahia, pouco mais de 4 em cada 10 domicílios (41,4% ou 2,139 milhões) tinham rendimento per capita de até meio salário mínimo (no Brasil como um todo, eram 24,5%) e quase 7 em cada 10 (67,6% ou 3,496 milhões) tinham rendimento médio per capita de até 1 salário mínimo (R$ 937 em 2017), enquanto no Brasil eram 50,9%. A pesquisa do IBGE não buscou dados de cidades do interior. Além do significativo percentual de pessoas abaixo da linha da pobreza, em 2017, na Bahia, 3,3% dos domicílios não tinham nenhum rendimento per capita, o que representava cerca de 168 mil residências onde nenhum morador tinha renda. É o maior percentual do país, empatado com o do Amazonas, onde os 3,3% representavam, porém, muito menos domicílios: cerca de 36 mil em números absolutos.
A proporção de domicílios sem nenhum rendimento per capita na Bahia cresceu em relação a 2016. Naquele ano, eles representavam 1,9% do total de residências do estado, somando 99 mil em números absolutos, e a Bahia tinha apenas o 14º maior percentual de domicílios nessa situação. Em apenas um ano, o número de domicílios sem nenhum rendimento no estado cresceu 70,4%.
Na Bahia, o percentual de domicílios sem nenhum rendimento (3,3%) ficava acima da média do Nordeste (2,4% ou 440 mil domicílios). Era ainda um pouco maior do que o percentual dos domicílios que pertenciam à faixa de rendimento per capita mais elevada: 3,1% das residências no estado (159 mil) tinham rendimento per capita maior do que 5 salários mínimos (R$ 4.685 por morador em 2017).