Correio da Bahia

Demissão de Onyx só em caso de ‘denúncia robusta’

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no dia 28 de outubro, data do segundo turno das eleições presidenci­ais. “Não sou homem de frustração”, emendou o político.

Em sua passagem pelo Senado, Malta não quis parar para responder às perguntas da imprensa sobre o assunto. Caminhou em direção ao gabinete pessoal enquanto era questionad­o e, por isso, falou por apenas três minutos, aproximada­mente. Gesticulan­do bastante, ele negou qualquer arrependim­ento.

“De jeito nenhum me arrependo de ter me dedicado. Continuo lutando por ele, defendendo ele, acredito nele, acredito no caráter dele. É o homem para o Brasil. Não me arrependo de nada. Faria tudo de novo”, afirmou. “Sou homem de luta e luto por aquilo que acredito. Eu sou homem que depende de Deus, acredito nas coisas de Deus. Deus levantou Bolsonaro e pronto”, resumiu Magno Malta.

O senador ainda negou que tenha indicado sua assessora parlamenta­r e pastora evangélica, Damares Alves, para o comando do Ministério dos Direitos Humanos, mas a classifico­u como uma “mulher completa”: “Ela foi convidada por competênci­a própria. Não foi por mim”. Apesar de defender seu futuro chefe da Casa Civil, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, sugeriu que poderá demitir o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) se houver denúncia robusta contra ele. “Olha só, havendo qualquer comprovaçã­o, obviamente, ou uma denúncia robusta contra quem quer que seja do meu governo, que esteja ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada”, afirmou.

A declaração é uma resposta a questionam­ento feito sobre uma fala de seu vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB). Em Belo Horizonte, Mourão disse que Onyx teria de deixar o governo se for provado que ele cometeu ato ilícito.

Mourão afirmou ainda que poderá participar da articulaçã­o política do governo se assim for determinad­o por Bolsonaro. O general voltou a dizer ainda ser “o escudo e a espada” de Bolsonaro. “O escudo defende, e a espada ataca antes de ele ser atacado”, disse.

O futuro chefe da Casa Civil de Bolsonaro se tornou alvo, anteontem, de uma investigaç­ão aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procurador­ia-Geral da República, por suspeita de caixa dois nas campanhas eleitorais de 2012 e 2014. Ele foi apontado, em acordos de delação da JBS, como beneficiár­io de dois repasses não declarados como doações de campanha.

Segundo a denúncia apresentad­a pela procurador­a-geral, foram feitos para o deputado gaúcho dois repasses de R$ 100 mil. Onyx já admitiu à imprensa ter recebido da JBS só um pagamento em 2014 e pediu desculpas pelo caixa dois. Ele, contudo, nega a segunda acusação, revelada pela Folha de S.Paulo em novembro.

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