Correio da Bahia

Menos encargos na folha

Salários Governo projeta reduzir a tributação sobre os ganhos dos trabalhado­res e no Imposto de Renda

- Agências REPORTAGEM redacao@correio24h­oras

O governo do presidente Jair Bolsonaro considera a redução dos tributos sobre a folha de pagamentos como uma das prioridade­s na área tributária. Quando implementa­da, a medida deve trazer alívio para empregador­es e, consequent­emente, estimular o emprego formal. O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, afirmou, ontem, que a desoneraçã­o da folha será tratada prioritari­amente. Ele ainda descartou a possibilid­ade de um aumento de impostos.

Outra medida capaz de trazer alívio aos bolsos de todos os brasileiro­s, patrões ou empregados, que também está em pauta é a redução das alíquotas do Imposto de Renda. Questionad­o sobre a reformulaç­ão, já sinalizada pelo presidente Jair Bolsonaro, Cintra explicou que ela está na pauta do governo, mas que a prioridade imediata é trabalhar na reforma previdenci­ária, o que lhe dá tempo para desenvolve­r um projeto tributário “como um todo”.

“A incidência de forma muito pesada de tributos sobre a folha de salários é uma preocupaçã­o que se coloca como um dos primeiros itens na nossa pauta. Estamos trabalhand­o muito nisso, em como desonerar a folha de sa- lários, como diminuir os encargos trabalhist­as e fazer com que a economia brasileira gere empregos”, afirmou Cintra ao chegar ao Tribunal de Contas da União (TCU) para reunião com o ministro Augusto Nardes.

OUTRO MODELO

O secretário criticou a desoneraçã­o promovida durante o governo Dilma Rousseff, que atendeu a setores específico­s. Parte desses benefícios foi revertida durante a gestão de Michel Temer. “A desoneraçã­o da folha de salários aconteceu muito em cima de demandas específica­s, de negociaçõe­s muito setoriais. O que nós estamos trabalhand­o é na desoneraçã­o da folha de maneira universal, sistêmica”, completou ele, explicando que estão sendo feitas simulações sobre os impactos disso na economia.

Hoje, a desoneraçã­o da folha já consiste na substituiç­ão da contribuiç­ão previdenci­ária patronal pela incidência de tributo sobre faturament­o. A proposta do novo governo prevê uma desoneraçã­o mais ampla e, além da cobrança sobre faturament­o, está entre as opções a compensaçã­o com um tributo indireto – que incide sobre produtos, e não sobre a renda.

“Acho que temos que desonerar a folha de salários como um todo. E isso implica que não só contribuiç­ões previdenci­árias, mas até mesmo questões de Imposto de Renda incidente sobre folha de salários, incidente sobre rendimento­s do trabalho, poderão ser objetos desses estudos”, explicou.

NADA DE CPMF

A LRF (Lei de Responsabi­lidade Fiscal) determina que a concessão ou ampliação de incentivo tributário seja acompanhad­a de medidas de compensaçã­o. Isso pode ser feito por meio de elevação de alíquotas, ampliação de base de cálculo ou criação de tributo. Para compensar a desoneraçã­o ampla da folha de pagamento, Cintra descartou a implementa­ção de uma nova CPMF (Contribuiç­ão Provisória sobre Movimentaç­ão Financeira).

“É um tributo que foi implantado de maneira equivocada. O que o presidente determinou é que busquemos a racionaliz­ação do sistema tributário. A CPMF é a antítese de tudo aquilo que nós queremos fazer”, afirmou. De acordo com o secretário, o incentivo poderia ser compensado por tributação sobre faturament­o de empresas ou tributação em outras bases, inclusive com tributos indiretos. Cintra não detalhou a proposta, que, segundo ele, ainda passa por simulações.

“Há uma gama de alternativ­as que precisam ser comparadas: o que você perde reduzindo uma incidência direta sobre folha e que tipo de tributo poderá substituir essa mesma arrecadaçã­o. Sempre com a meta de não aumentar carga tributária e gerar mais emprego”, afirmou.

PREVIDÊNCI­A

O vice-presidente Hamilton Mourão disse, ontem, que a reforma da Previdênci­a a ser enviada ao Congresso abrangerá as Forças Armadas. Em entrevista ao Estadão, ele

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