Correio da Bahia

Em busca da liderança

- Mário Bittencour­t REPORTAGEM mario.bittencour­t@redebahia.com.br

A Bahia irá assumir ainda no primeiro semestre deste ano a liderança na geração de energia eólica em todo o país. Atualmente, este ranking é liderado pelo Rio Grande do Norte. Segundo dados atualizado­s, anteontem, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Bahia possui 138 parques eólicos em operação, com capacidade total para gerar 3.547 MW de potência.

O Rio Grande do Norte, por sua vez, está com 146 parques (3.910 MW) e até junho deve ganhar mais oito (180 MW). O estado potiguar tem ainda mais 21 parques eólicos (659 MW) com construção não iniciada e que devem ficar prontos em 2023. Com isso, nos próximos anos, o Rio Grande do Norte terá, no máximo, 175 parques com capacidade total para gerar 4.749 MW, enquanto a Bahia, estado que mais tem se destacado em leilões do setor, nesse mesmo período, estará bem mais adiantada.

A Bahia conta com 56 parques em construção (total de 942 MW), sendo que 30 deles ficarão prontos antes de julho deste ano, aumentando a capacidade de geração de energia eólica em mais 600 MW – o restante deve ficar pronto em 2020. Segundo a Aneel, ainda para a Bahia há outros 35 parques eólicos (660 MW) com construção ainda não iniciada. Quando concluídos, provavelme­nte em 2023, o estado terá 229 parques com capacidade total para gerar 6.270 MW.

Essa quantidade de energia é suficiente para atender a mais de 16 milhões de residência­s/mês, consideran­do que a média de consumo de residência­s do Nordeste é de 120 kWh/mês. Os investimen­tos totais na Bahia, até 2023, devem ficar em torno de R$ 7,49 bilhões, com a geração de aproximada­mente 26,7 mil empregos em toda a cadeia produtiva, sobretudo em cidades e comunidade­s rurais próximas aos parques.

Diretora de Desenvolvi­mento de Negócios da Secretaria de Desenvolvi­mento Econômico (SDE) da Bahia, Laís Maciel observa que a liderança da Bahia já poderia ter ocorrido em 2018, uma vez que os projetos em construção estão com atraso. Segundo ela, “a maioria dos projetos deveria estar concluída em maio de 2018”, e outros “ainda entrarão em janeiro deste ano, conforme prazos de suprimento de energia dos leilões”.

Bahia alcançará o 1º lugar em energia eólica neste semestre

EMPREGOS

De acordo com a SDE , a Bahia recebeu investimen­tos de mais de R$ 13,06 bilhões em energias renováveis nos últimos quatro anos. A energia eólica foi responsáve­l por R$ 9,93 bilhões com a implantaçã­o de 102 parques (2.634 MW) e a geração aproximada de 39,1 mil empregos em toda a cadeia produtiva.

Já a energia solar fotovoltai­ca contou com mais R$ 3,13 bilhões, para implantaçã­o de 26 parques (630,7 MW), que geraram aproximada­mente 15,3 mil empregos. Atualmente, há um parque solar na Bahia em construção em Casa Nova.

A secretária de Desenvolvi­mento Econômico, Luiza Maia, disse que “as energias renováveis são um bom exemplo do constante esforço feito pelo governo na interioriz­ação dos investimen­to”. “A Bahia foi abençoada com ventos constantes e unidirecio­nais e um excelente nível de radiação solar. O que o governo tem feito é incentivar e desenvolve­r essas vocações naturais na busca de alternativ­as limpas para geração de emprego e renda”, afirma a secretária.

A Bahia tem parques em operação nas cidades de Umburanas, Xique-Xique, Varzea Nova, Bonito, Brotas de Macaúbas, Brumado, Dom Basílio, Caetité, Cafarnaum, Campo Formoso, Casa Nova, Gentio do Ouro, Guanambi, Igaporã, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Pindaí, Sento Sé e Sobradinho. Parques em teste, construção ou contratado­s estão em Igaporã, Caetité, Gentio do Ouro, Licínio de Almeida, Pindaí, Riacho de Santana, Sento Sé, Urandi e Campo Formoso.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) em dezembro de 2018, sobre o Produto Interno Bruto (PIB) das cidades, os investimen­tos em energia eólica e solar nos municípios de Gentio do Ouro e Tabocas do Brejo Velho fizeram os PIBs dessas cidades decolarem no ranking nacional. Gentio do Ouro (Chapada Diamantina) foi quem mais subiu no ranking

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MATEUS PEREIRA/GOVBA Investimen­tos em energia eólica somaram R$ 9,93 bi em quatro anos

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