SSP aposta em trabalho conjunto
entrou para a lista dos mais perigosos em outubro de 2015 e ainda não foi capturado.
O caso com repercussão mais recente envolvendo um procurado do Baralho do Crime é do Rei de Espadas, Anselmo Santos da Conceição, conhecido também como Sel, Chico, Seu Barriga ou Negão. Segundo a polícia, ele participou do latrocínio (roubo seguido de morte) do professor universitário Danilo Fortuna Mendes de Souza, ocorrido em setembro no bairro da Boca do Rio.
MULHERES
Entre as mulheres procuradas, três se destacam, sendo a mais famosa Dona Maria. Há quem diga que o crime vem de berço. A mãe dela responde por tráfico de drogas e foi esposa de Antonilton de Jesus Martines, o Nenzão, um dos maiores traficantes de Vitória da Conquista. Jasiane Silva Teixeira, 29, a Dona Maria, seguiu os passos da mãe e se envolveu com o traficante Bruno de Jesus Camilo, o Pezão, fundador do Bonde do Pezão. Os dois tiveram um filho que tinha 4 anos quando Bruno morreu em confronto com a polícia, em 2014. A viúva resolveu então assumir os “negócios” da família.
Depois da morte de Pezão, houve um racha entre vários grupos que eram ligados a ele e isso desencadeou uma disputa acirrada, com muitas mortes, em Conquista. Dona Maria assumiu a liderança de uma das organizações, articulou alianças e ampliou a atuação para Jequié, onde mudou o nome da facção para Bonde do Neguinho (BDN). Com o título de Dama de Copas no baralho do crime, ela é procurada por tráfico de drogas e homicídio.
Já Cláudia de Jesus Santos, a Gagai, ganhou o status de perigosa em novembro. Segundo a SSP, ela é uma das principais traficantes de drogas de Feira de Santana e, por isso, ocupa a posição de 2 de Paus no Baralho do Crime. A terceira é Marisangela Soares de Sousa, a Mari ou Coroa. Segundo a polícia, ela está entre os dez criminosos de alta periculosidade que atuam em Salvador, liderando o tráfico de drogas na região da Cidade Nova.
POLÍCIA
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), Eustácio Lopes, o principal entrave para os investigadores cumprirem os mandados de prisão é a falta de pessoal.
“Hoje a Bahia tem efetivo de 7 mil policiais quando deveria ter, no mínimo, o dobro, segundo um estudo feito pelo sindicato. Sendo que 2 mil deles estão aptos para se aposentar. A situação é mais crítica nas delegacias de bairro e no interior. O policial não tem como investigar e fazer prisões quando a delegacia malmente tem um escrivão. Sem pessoal, não tem como se fazer investigação e sem investigação não é possível reduzir a criminalidade”.
A Polícia Civil informou que hoje existem 5.752 policiais na ativa, entre delegados, escrivães e investigadores. Na manhã do dia 19 de novembro, Gabriel Bispo dos Santos, 24 anos, estava se preparando para sair de casa, no interior de Santa Catarina, quando foi surpreendido por um grupo de policiais da Bahia. Ele estava sendo procurado por envolvimento no latrocínio do assessor da Prodeb Michel Batista de Sá, 35 anos, ocorrido em agosto deste ano, em Salvador, e foi localizado após uma investigação conjunta entre policiais da Bahia e de Santa Catarina.
As parcerias nas apurações têm sido uma das estratégias adotas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) para encontrar os procurados que estão escondidos em outros estados. A instituição informou, em nota, que o objetivo do trabalho conjunto é cumprir mandados de prisão e busca e apreensão.
“Essas ações, na maioria das vezes, contam não só com o efetivo das forças estaduais, como também, com o apoio da Polícia Federal, seja no cumprimento dos mandados ou no compartilhamento de informações. Nos casos de quadrilhas com atuação interestadual, também há parcerias com as polícias de outros estados”, diz a nota.