Correio da Bahia

Nas mãos do relator

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- Satélite

JAIRO COSTA JÚNIOR O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Antônio Dias Toffoli, remeteu a decisão final sobre o processo contra os irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, referente ao bunker de R$ 51 milhões, para o relator do caso na Corte, ministro Edson Fachin. Coordenado­r do plantão do Supremo até segunda-feira passada, Toffoli descartou caráter de urgência para analisar, durante o recesso do Judiciário, as últimas petições apresentad­as pela defesa dos réus na ação penal e liberou os autos conclusos para Fachin. Agora, caberá a ele decidir no início de fevereiro se o caso permanece na esfera do STF ou se será remetido à primeira instância, já que Geddel, como ex-ministro, não possui mais foro privilegia­do e Lúcio perderá a prerrogati­va mês que vem, quando deixará de ser deputado federal.

CORDA ESTICADA

A estratégia da defesa dos Vieira Lima é levar o caso à primeira instância e evitar que o STF condene, respectiva­mente, Geddel e Lúcio a 80 anos e 48 anos de prisão, como pede a Procurador­ia-Geral da República. Mesmo com o cerco judicial sobre Geddel e Lúcio Vieira Lima, os caciques do MDB baiano ainda mantêm espaços do governo federal no estado. Em um dos órgãos, possuem dois apadrinhad­os em cargos de diretoria. Um novo revés seria suficiente para ambos perderem a cota, avaliam aliados do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Bahia, todos muito interessad­os em ocupar o vácuo. Uma devassa da Secretaria Estadual de Administra­ção Penitenciá­ria flagrou ao menos dez servidores da pasta com acúmulo de cargos públicos, o que é proibido por lei. As irregulari­dades foram detectadas no cruzamento de dados da folha de pagamentos do governo com informaçõe­s dos tribunais de Contas do Estado (TCE) e dos Municípios (TCM), de 388 prefeitura­s baianas e de outros governos estaduais. Os servidores flagrados com duplo cargo público, quase todos agentes penitenciá­rios que atuam nas cadeias baianas, responderã­o a processo-administra­tivo e podem ser demitidos. O prefeito ACM Neto (DEM) deve lançar, em breve, concurso público para preenchime­nto de cerca de 350 vagas em diversas áreas do Executivo, inclusive Educação e Saúde. Uma das áreas é a de saúde ocupaciona­l, que sofre com déficit de pessoal. O edital será elaborado pela Secretaria Municipal de Gestão (Semge) e vai ao encontro das reivindica­ções do Sindicato dos Servidores da Prefeitura. Para petistas escaldados com o impeachmen­t, a guerra de poder entre o PP e o PSD pode ir além de atrasar trocas de secretaria­do no Palácio de Ondina. Lembram que o vice-governador João Leão e o futuro presidente da Assembleia, Nelson Leal, são do PP e estão hierarquic­amente aptos a assumir o governo.

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