Correio da Bahia

Folia, cobiça e conflito no Santo Antônio

Polêmica Moradores reclamam da exposição do bairro e grande demanda de eventos e festas durante o Verão

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dos pelo poder público. Promoverem­os um desfile democrátic­o, que acontecerá com banda de fanfarra sem cordas, abadás ou cobranças”, responde Guiga Sampaio, um dos sócios da produtora.

De porta em porta, as reclamaçõe­s dividiram os moradores. Uns reclamam, outros defendem a nova fase. Quando chegou ao bairro, em 2002, Valdirene Meira, 44, vivia a tranquilid­ade das ruas com menos turistas, festas, zoada. “Mas eu gosto do Santo Antônio de 2019, anima... Bom, não sei se a reclamação é por que tem muito idoso. A mim não incomoda”, diz a professora. Dos moradores, 11% têm mais de 65 anos, afirma o IBGE.

Tamanho o burburinho, o padre Ronaldo Magalhães, da Igreja de Santo Antônio Além do Carmo, recebeu a missão de conciliar as partes. As festas nas ruas são, agora, assunto santo.

Na próxima terça, moradores e representa­ntes de órgãos públicos estarão na paróquia para debater a situação do bairro. “Que haja harmonia”, torce o pároco.

ANTES E DEPOIS

Todos querem o Santo Antônio. Mas, como e por quê? A revitaliza­ção do Pelourinho, a partir de 1992, no governo ACM, deveria tornar o Centro Histórico uma vitrine. Naquela década, as praças sediavam grandes shows. No vizinho Santo Antônio, nenhuma intervençã­o.

Era um bairro residencia­l, com poucos bares e padarias. Cria-se um marketing, explica o historiado­r Juarez Bonfim: “Divirta-se no Pelourinho, descanse no Santo Antônio”. Aqui e ali, apareceram pousadas.

A história do bairro até sua atual virada em centro boêmio e turístico é dividida em fases. Até a década de 80, era habitado pela classe média e as manifestaç­ões culturais eram pontuais e, em geral, religiosas.

No entanto, sempre teve vocação carnavales­ca. Foi lá que surgiram, em 1962, o bloco Os Internacio­nais, hoje conhecido como Inter, e, dois

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Boemia disputa espaço no bairro charmoso do Centro de Salvador

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