Valeu demais, Marcelo Yuka
Luto Cérebro d’ O Rappa, baterista e compositor Marcelo Yuka morre aos 53 anos, vítima de um AVC
“Eu senti que estava em extinção. Estar tão perto da morte me fez sentir assim”. A frase foi dita há cinco meses, em junho de 2018, pelo músico Marcelo Yuka, ex-baterista e fundador do grupo O Rappa que morreu ontem, no Rio, aos 53 anos. Internado em estado grave, há dias em coma induzido, ele sofreu um AVC isquêmico, em agosto de 2018.
Aberto ao público, o velório de Marcelo Yuka aconteceu no Teatro Cecília Meirelles, na capital carioca. O enterro será hoje, no Cemitério Campo Grande, mas o horário não foi divulgado. Vários artistas e políticos se manifestaram sobre a ausência do músico e ativista carioca.
O rapper Emicida disse que Yuka era “um soldado da música, que agora se mescla ao universo e ilumina os caminhos dos que a utilizam como arma para guerrear em nome de um futuro melhor para a maioria das pessoas”. Companheiro de política no Psol, Marcelo Freixo homenageou o amigo: “Sentirei muita falta das suas gargalhadas, dos apelidos, dos sonhos, da sua inteligência e principalmente da sua forma de amar o mundo”.
PARAPLÉGICO
Autor dos já clássicos Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero), Pescador de Ilusões e Me Deixa, Marcelo Yuka se tornou paraplégico desde que levou nove tiros durante um
Jovem carioca nascido em 31 de dezembro de 1965, Yuka quase foi jornalista, mas largou o último semestre do curso com 20 anos e se lançou na música com reflexões sobre política e crítica da sociedade. Não só no som, mas também na pintura, Yuka denunciava a violência que, ironicamente, o atingiu.
“A única coisa que posso dizer que aprendi em tantos anos de cadeira de rodas é que não guardo rancor. Claro que se eu vivesse em uma sociedade que investisse mais em educação, a chance de acontecer o que aconteceu comigo seria menor. Mas a única coisa que realmente posso dizer da minha experiência é que, eu consegui chegar até aqui sem guardar rancor”, garantiu, em entrevista a Pedro Bial.