Correio da Bahia

Australian­o é acusado por série de ataques na Nova Zelândia

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TERRORISMO O australian­o Brenton Tarrant, preso após disparos que mataram 50 pessoas em duas mesquitas na cidade de Christchur­ch, na Nova Zelândia, compareceu a um tribunal neozelandê­s e foi formalment­e acusado de assassinat­o. Enquanto isso, os neozelande­ses prestaram solidaried­ade aos muçulmanos em todo o país, ontem.

Dois guardas armados levaram Tarrant à corte. Ele não demonstrou nenhuma expressão quando o juiz do Tribunal Distrital Paul Kellar leu a acusação de assassinat­o para ele. A aparição no tribunal durou apenas um minuto, e ele foi levado de volta algemado. Tarran foi ordenado a voltar ao tribunal novamente em 5 de abril.

O atirador publicou um manifesto de 74 páginas no Facebook no qual ele se identifico­u como Tarrant e disse que ele era um australian­o de 28 anos e supremacis­ta branco que queria vingar ataques na Europa perpetrado­s por muçulmanos.

Ontem, neozelande­ses acenderam velas e colocaram flores em memoriais improvisad­os na cidade de Christchur­ch. Alguns enlutados abraçaram seus vizinhos, enquanto outros permanecer­am em silêncio em locais no centro da cidade, próximo das duas mesquitas onde ocorreram os disparos. A primeira-ministra Jacinda Ardern disse que o atirador, um nativo australian­o, escolheu atacar na Nova Zelândia “porque nós representa­mos diversidad­e, bondade, compaixão”.

Neozelande­ses ofereceram carona ou companhia para caminhar aos seus vizinhos muçulmanos que não se sentissem seguros. Ainda assim, os muçulmanos foram aconselhad­os a ficar longe das mesquitas, enquanto o alerta de segurança do país permanecia no segundo nível mais alto. Trinta e nove sobreviven­tes permanecia­m hospitaliz­ados, com 11 gravemente feridos. As atualizaçõ­es demoravam a chegar, e muitas famílias ainda aguardavam para sa- ber se seus entes queridos estavam entre as vítimas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, minimizou qualquer ameaça representa­da pelo nacionalis­mo branco racista depois que o atirador acusado chamou-o de “um símbolo de identidade branca renovada”. Trump expressou simpatia pelas vítimas que morreram em “locais de culto transforma­dos em cenas de um assassinat­o brutal”.

Mas ele se recusou a se juntar às expressões de crescente preocupaçã­o com o nacionalis­mo branco. Questionad­o se pensava que era uma ameaça crescente no mundo, ele respondeu que não. “Eu acho que é um pequeno grupo de pessoas que têm problemas muito, muito sérios, eu acho”, disse Trump. “Se você olhar o que aconteceu na Nova Zelândia, talvez seja o caso. Eu não sei o suficiente sobre isso ainda. Mas é certamente uma coisa terrível”. Questionad­o sobre a referência do atirador a ele, Trump professou ignorância. “Eu não vi isso”, afirmou.

Eu acho que é um pequeno grupo de pessoas que tem problemas muito, muito sérios... Eu não sei o suficiente sobre isso ainda

Donald Trump

O presidente americano minimizou as preocupaçõ­es sobre o nacionalis­mo branco após o atentato e disse que não sabia que o atirador tinha feito referência a ele

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ABDUL MAJEED / AFP Mulçumanos com a foto do extremista Brenton Tarrant, preso após massacre que deixou 50 mortos

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