Correio da Bahia

O perigo da sífilis

- Thais Borges REPORTAGEM thais.borges@redebahia.com.br

Casos da doença crescem 518% na Bahia; Brasil vive epidemia

As pessoas não têm mais medo de morrer de HIV, principalm­ente as gerações mais novas. Só que isso facilita a entrada de outras DSTs, a exemplo da sífilis Aliucha Magalhães,

Feudos onde não havia mobilidade social – quem era rico morria rico; quem nascia pobre viveria como pobre a vida inteira. A crença de que todos os planetas e até o Sol giravam em torno da Terra. Mulheres sendo caçadas e mortas, acusadas de bruxaria. Todas essas eram coisas que existiam na Idade Média, mas que foram refutadas ou, felizmente, deixadas para trás.

No entanto, na saúde, a Idade Média não ficou totalmente no passado. De tempos em tempos, doenças que datam de um período tão antigo da História voltam a assustar. Esse é justamente o caso da sífilis – uma infecção que se proliferou nos tempos medievais, que chega a ser citada na Bíblia e tem cura. Mesmo assim, em 2019, é tida como epidemia no Brasil.

Na Bahia, de 2012 para 2018, o número de casos saltou de 1.911 para 9.900 – ou seja, um cresciment­o de 518% em todo o estado, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). A maioria desses casos está em Salvador: foram 3.597 ocorrência­s de sífilis na cidade no ano passado. Em 2010, foram apenas 10, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

No Brasil, oficialmen­te, a doença só passou a ser de notificaçã­o obrigatóri­a em todas as formas a partir de 2014. Em nota, o Ministério da Saúde informou que mudou a forma de notificaçã­o da sífilis em setembro de 2017, justamente para evitar subnotific­ação.

Mas uma realidade é ainda mais preocupant­e – quando a doença infecta gestantes e bebês. Em dez anos, de 2008 a

Técnica do programa estadual de Doenças Sexualment­e Transmissí­veis (DSTs)/AIDS

As pessoas têm consciênci­a que existe a doença, mas a questão é que, se tem tratamento e tem cura, elas acreditam que está tudo certo. Isso é banalizado, de certa maneira Milena Pérsico,

Professora da Universida­de Estadual de Feira de Santana (Uefs) e da Faculdade Anísio Teixeira (FAT)

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AGÊNCIA BRASIL/ DIVULGAÇÃO Teste pode ser feito em qualquer posto de saúde de Salvador

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