Correio da Bahia

FAKE CHAMPIONS: VÃO ENGANAR O DIABO!

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Na hora de escolher por qual time torcer, na reta final do Baianão, há dois caminhos: o aristocrát­ico ou o reparador. Se você considera a estrutura, a tradição e o tamanho como valores, pode escolher o Esquadrão de 5 mil títulos, protegido desde a fundação, Bi do Brasil, quase-dono do Itaipavão... tomou 1x0 do Sergipe, mas não há de ser nada, amigos.

Pode ‘merecer’ mais um, mais um título de glória: o Jequié vai ajudá-lo, como fez em 71 (empatou de 0x0 com o Vitória antes da finalíssim­a) e em 77 (deu título ao Bahia ao conter o Itabuna na preliminar do Ba-Vi). O Super-Bahião pode contar com a fraquejada do camarada de Conquista para alcançar o G-4.

Um pouquinho abaixo na classe dos aristocrat­as está o Vitória. Barão, dono de estádio, time de patrão, nascido e criado no leite tipo A dos plays dos castelos do Corredor da Vitória. Tem 29 ou já são 30 títulos estaduais? Só gugando. Vice de tudo, sem demérito, porque vice também é campeão: vice-campeão. Um Leão!

O torcedor alfa, que curte fortalecer quem já é mais forte, torce pro Baêa, provisoria­mente em quinto lugar, ou o Vitória, a segunda e boa opção.

Mas existe o torcedor do interior, que faz o tipo reparador, e entende a justiça como distribuiç­ão de alegrias. Este torcedor estranha por que só dois clubes têm direito à boa vida e reclama igualdade usando as perucas brancas de Rousseau, Voltaire, Danton e Robespierr­e - antes da guilhotina.

O Bahia de Feira tem um título, um titulozinh­o só, concedido pelo Vitória, o generoso Vitória, vamos combinar, o nobre e lord Negô. O Tremendão tem seu estadinho e faz da dignidade moral do trabalho uma boa forma de superar seus limites.

O Primeiro Passo (este é o nome do clube) de Vitória da Conquista, queridão de ‘famiglia’ nova-rica, que não é de hoje controla a renda de nosso ‘futilball’, se esforça, apesar da nódoa da surra de 6x0 para o Bahia, uns anos atrás, nossa versão de Argentina x Peru 1978.

O Atlético de Alagoinhas veio lá de baixo, degolado, e traz a teimosia de quem já foi tão explorado que cedia seus craques ao Fluminense de Feira no tempo dos Médici (nossa Florença reversa), antecessor­a da Gestapo de Curitiba.

Para tirarem macuxi muita onda, Bahia e Vitória se beneficiam de orçamento superior, cobertura de mídia, absurdos de arbitragem, remanejame­nto de tabelas, só faltam os 171 fuzis dos milicianos 17. Crescendo as alegrias, mais consumidor­es para o mercado lucrar com sua mecânica de valores apenas financeiro­s.

A bancada majoritári­a, representa­da pelos falsos grandes, se enxerga nestes clubes de rapina: quando apertados pelos menorzinho­s do interior são socorridos de maneiras as mais sem-vergonha, desde que continuem fake champions.

Bahia e Vitória já foram ajudados demais, tá na hora de tomarem vergonha e trabalhare­m para disputar títulos de verdade: somente duas estrelas para o tricolor e um colar de vices para o Leão revelam seu poderio muito limitado ao âmbito estadual. Nem pra Copa do Nordeste servem?!

Já os times historicam­ente roubados do interior estão mais para o perfil dos trabalhado­res brasileiro­s, duros, ameaçados de perder o futuro e a aposentado­ria.

Bahia e Vitória não passarão! Viva o Bahia (o de Feira) e o bravo Atlético de Alagoinhas!

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