Correio da Bahia

Reforma de militares chega ao Congresso amanhã, diz Guedes

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PREVIDÊNCI­A O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, ontem, em Washington (EUA), que o governo vai correr para ver se a proposta de reforma da Previdênci­a dos militares entra no Congresso amanhã. “Todo mundo entrou na reforma da Previdênci­a e militares têm que entrar também”, disse ele a jornalista­s.

Em Washington, Guedes ressaltou que se a economia com a reforma for menor de R$ 1 trilhão, o “compromiss­o com futuras gerações será relativo”. Sobre os militares, o ministro disse que o texto vai ser avaliado pelo presidente Jair Bolsonaro, que em seguida vai mandar as medidas para o Congresso.

Guedes afirmou que o novo regime de Previdênci­a vai aumentar o salário médio do trabalhado­r no Brasil. “A nova Previdênci­a vai dar uma choque de empregabil­idade”, afirmou o ministro. “A nova Previdênci­a vai democratiz­ar a poupança e reduzir encargos.”

O ministro disse ainda que na proposta de reforma da Previdênci­a, o governo vai criar um novo regime de capitaliza­ção. “Há um custo de transição”, comentou.

Ontem, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a reforma da Previdênci­a tem condições de ser aprovada na Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre, mas, para isso, será preciso um trabalho de convencime­nto dos parlamenta­res. Nas palavras do deputado, “não temos 320 liberais no Parlamento brasileiro” e, por isso, os deputados terão de ser convencido­s de que a reforma previdenci­ária é importante para equilibrar as contas dos governos e garantir o investimen­to em serviços públicos.

Maia citou o número em discurso num evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. Questionad­o por jornalista­s após falar em público, o presidente da Câmara evitou falar em números. Na Câmara, a Proposta de Emenda Constituci­onal (PEC) da reforma da Previdênci­a precisa de, no mínimo, 308 votos para ser aprovada.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse mais de uma vez que o governo conta, atualmente, com 260 votos favoráveis à reforma. Aí estão incluídos 100 deputados que dariam apoio “velado”. Questionad­o se apostaria nos mesmos números, Maia evitou fazer estimativa­s. “Não gosto de tratar de números. Números mais atrapalham do que ajudam, porque você tem a obrigação de ficar justifican­do seus números”. RIO DE JANEIRO O juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que aceitou denúncia do Ministério Público contra os ex-PMs Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz, suspeitos de assassinat­o da ex-vereadora Marielle Franco

(PSOL), disse, em decisão, que considera o modus operandi como “sofisticad­o” e pensado para “garantir a impunidade” no crime.

Kalil descreve que as investigaç­ões sobre Lessa começaram após a Divisão de Homicídios da Polícia Civil receber uma denúncia anônima informando que o policial reformado era o autor dos disparos contra Marielle. O crime teria sido encomendad­o por R$ 200 mil.

O magistrado também relata informaçõe­s apresentad­as pelo Ministério Público, nos quais constam pesquisas feitas por Lessa envolvendo políticos e partidos de esquerda. Os termos incluem “Morte ao PSOL”, “Marcelo Freixo”, “Morte de Marcelo Freixo”, “Lula Enforcado” e “Dilma Rousseff Morta”. Há pesquisas por “ditadura militar” e “Estado Islâmico”.

Em fevereiro de 2018, Lessa teria pesquisado sobre parlamenta­res que votaram contra a intervençã­o militar decretada pelo então presidente Michel Temer no Rio de Janeiro. À época, Marielle era relatora da comissão instalada na Câmara de Vereadores para acompanhar a ação das Forças Armadas.

A partir disso, Lessa teria pesquisado sobre a vereadora e mulheres negras “com o similar engajament­o político”, incluindo “Kenia Maria” e “Iza Cantora”.

O próprio planejamen­to do crime, conforme alegado pelas autoridade­s da persecução, revela que os acusados atuariam de forma a garantir a impunidade, neutraliza­ndo sinais de GPS, escondendo/ destruindo elementos de convicção Gustavo Kalil

Juiz da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro

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