PM diz que iniciativa é ‘bem vista’
toramento, os moradores contam ainda com dois cães da raça pitbull, que são usados nas rondas noturnas. “São animais que foram treinados por policiais civis e federais. São bem adestrados. Colocamos eles para evitar também a ação de sacizeiros (gíria que se refere a usuários de crack) que furtam o que veem pela frente”, diz.
MOTOQUEIROS
Funcionário de uma oficina mecânica localizada dentro do loteamento, o mecânico Alcides Souza Leite Filho, 62, o Mamão, mora há 20 anos na região. Ele disse que as câmeras já evitaram outras ocorrências.
“Até estupro. As câmeras mostraram um homem circulando por aqui num final de semana. Daí, fomos até ele. Quando nos viu, correu. Ele nunca mais apareceu. Mas soubemos depois que era um estuprador”, recorda.
Moradora há mais de 15 anos do mesmo local, a pedagoga Alaíde do Rosário, 53, diz que se sente segura com o sistema de monitoramento. Quando não havia as câmeras, a filha dela teve o celular roubado duas vezes.
“Nunca mais isso aconteceu. Minha filha se sente tão segura que anda por aqui falando ao celular. Apesar de todo aparato, eu não gosto que ela faça isso, já falei, mas ela continua”, relata.
E a filha deveria escutar os conselhos da mãe. Mesmo com o monitoramento, no dia 8 de março, a supervisora de loja Aparecida Cruz, 36, por pouco não foi o alvo de uma dupla de motoqueiros que circulavam dentro do loteamento.
Ela passeava com o cachorro, por volta das 20h, quando foi surpreendida pelos criminosos. “Eles encostaram em mim, vi a arma de um deles. Como viram que estava sem celular e meu cachorro ainda latiu, foram embora”, conta.
Apesar do susto, Aparecida disse que o local é seguro. “Isso acontece raramente. Não me mudo daqui para lugar algum. Aqui não tem esse lance de tráfico e, quando acontece algo, é pontual. Infelizmente fui sorteada”, brinca. Garantir a segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. É o que diz o artigo 144 da Constituição Federal de 1988, que tem um capítulo inteiro dedicado ao tema da segurança pública. Segundo o mesmo artigo, ela deve ser exercida pela “polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares”.
No caso da Caixa D'Água, a iniciativa de tentar controlar a violência e manter a segurança foi dos moradores. Procurada, a Polícia Militar informou que “iniciativas que reúnem os moradores de um bairro ou mesmo de uma rua em torno da discussão sobre a segurança pública sempre são bem vistas pela PMBA e, normalmente, refletem ações que favorecem o convívio social, estreita as relações entre a vizinhança e, ao final, o ganho é sentido na segurança local”.
“O projeto Vigilância Participativa é um exemplo prático dessa proposta com a participação direta da nossa corporação que já integrou milhares de moradores e servidores em diversos bairros da capital baiana”, disse a corporação, em nota.
Como exemplos, citou a Pituba, Garcia, Barra, Rio Vermelho, Iguatemi, Paralela, Imbuí, Stiep, Costa Azul, Boa Viagem, Uruguai, Jardim Cruzeiro, Ribeira. Sobre a Caixa D'Água, informou que “a Polícia Militar continuará realizando rondas na localidade e o comando da 27ª CIPM, responsável pela área, continua se colocando à disposição dos moradores”.
Também questionada sobre a iniciativa dos moradores, a Polícia Civil respondeu que o titular da 2ª Delegacia (Lapinha), Fábio Luís Silva, “a partir dos casos registrados na unidade, tem realizado diligências em conjunto com policiais da 37ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), com o intuito de localizar os envolvidos nos assaltos, ocorridos naquela região”.
A Secretaria da Segurança Pública informou considerar válida toda iniciativa de prevenção à violência e estimular a parceria comunidade-polícia para a redução dos índices. “A criação de Conselhos Comunitários de Segurança é uma das ações que reforçam essa união contra a atuação da criminalidade, problema social, ligado diretamente à falta de estrutura familiar, de educação, oportunidade de emprego, entre outros aspectos”, informou nota.
As câmeras mostraram um homem circulando por aqui. Daí, fomos até ele. Quando nos viu, correu. Soubemos depois que era um estuprador Alcides Leite Morador da Caixa D’Água
A criação de Conselhos Comunitários de Segurança é uma das ações que reforçam essa união SSP-BA
Em nota ao CORREIO, sobre o apoio a iniciativas como a dos moradores do Loteamento Joana d’Arc