PMs suspeitos são soltos
Menino morreu com um tiro nas costas durante ação policial
Os quatros policiais militares lotados no 12º Batalhão da Polícia Militar (BPM/Camaçari), suspeitos de participar de uma ação policial que resultou na morte de Hebert Felipe Souza Silva, 11 anos, na última quarta-feira, foram soltos, ontem, e voltaram a trabalhar no serviço administrativo enquanto o caso é apurado. Todos haviam sido presos em flagrante.
A família do menino fez uma manifestação, na manhã de ontem, na Praça Desembargador Montenegro, no Centro de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) . O garoto foi atingido por uma bala perdida, enquanto brincava na Rua dos Pássaros, no bairro Jardim Brasília, na cidade.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, os policiais, que não tiveram os nomes divulgados, “estavam custodiados na Coordenadoria de Custódia Provisória (CCP) desde o dia do crime, mas, após uma decisão judicial do 1º Tribunal do Júri de Camaçari, tiveram um relaxamento da prisão”. De acordo com o artigo 5º, inciso LXV, da Constituição, isso acontece quando há alguma ilegalidade na prisão.
Por meio de nota, a PM informou ainda que os quatro se apresentaram no 12° Batalhão na manhã de ontem. “O comandante manterá os policiais militares no serviço administrativo até findar as apurações realizadas pela Corregedoria da PMBA”, diz a nota.
LEMBRANÇAS
Ontem pela manhã, enquanto os suspeitos se apresentavam, a família do garoto conversava na sala de estar da casa de número 50, onde Hebert morava.
O diálogo foi interrompido pelo irmão mais velho da vítima, que chegava à residência, aos prantos, depois de se lembrar de uma viagem que fizeram juntos para Aracaju (SE). Hebert era o caçula e tinha dois irmãos.
“Lembrei de quando fizemos uma viagem e dei um susto nele. Ele era bem medroso, tinha medo de qualquer barulho. Apaguei a luz e dei um susto. Chorei porque lembrei disso”, disse o irmão mais velho, o empilhador Enaldo de Jesus Bonfim, de 27 anos.