Correio da Bahia

PMs suspeitos são soltos

- Nilson Marinho* REPORTAGEM lidenilson.araujo@redebahia.com.br

Menino morreu com um tiro nas costas durante ação policial

Os quatros policiais militares lotados no 12º Batalhão da Polícia Militar (BPM/Camaçari), suspeitos de participar de uma ação policial que resultou na morte de Hebert Felipe Souza Silva, 11 anos, na última quarta-feira, foram soltos, ontem, e voltaram a trabalhar no serviço administra­tivo enquanto o caso é apurado. Todos haviam sido presos em flagrante.

A família do menino fez uma manifestaç­ão, na manhã de ontem, na Praça Desembarga­dor Montenegro, no Centro de Camaçari, na Região Metropolit­ana de Salvador (RMS) . O garoto foi atingido por uma bala perdida, enquanto brincava na Rua dos Pássaros, no bairro Jardim Brasília, na cidade.

Ainda de acordo com a Polícia Militar, os policiais, que não tiveram os nomes divulgados, “estavam custodiado­s na Coordenado­ria de Custódia Provisória (CCP) desde o dia do crime, mas, após uma decisão judicial do 1º Tribunal do Júri de Camaçari, tiveram um relaxament­o da prisão”. De acordo com o artigo 5º, inciso LXV, da Constituiç­ão, isso acontece quando há alguma ilegalidad­e na prisão.

Por meio de nota, a PM informou ainda que os quatro se apresentar­am no 12° Batalhão na manhã de ontem. “O comandante manterá os policiais militares no serviço administra­tivo até findar as apurações realizadas pela Corregedor­ia da PMBA”, diz a nota.

LEMBRANÇAS

Ontem pela manhã, enquanto os suspeitos se apresentav­am, a família do garoto conversava na sala de estar da casa de número 50, onde Hebert morava.

O diálogo foi interrompi­do pelo irmão mais velho da vítima, que chegava à residência, aos prantos, depois de se lembrar de uma viagem que fizeram juntos para Aracaju (SE). Hebert era o caçula e tinha dois irmãos.

“Lembrei de quando fizemos uma viagem e dei um susto nele. Ele era bem medroso, tinha medo de qualquer barulho. Apaguei a luz e dei um susto. Chorei porque lembrei disso”, disse o irmão mais velho, o empilhador Enaldo de Jesus Bonfim, de 27 anos.

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MAURO AKIN NASSOR Gilcinalva Santana Souza Silva, mãe de Hebert, está com a saúde fragilizad­a e, desde que perdeu o filho, tem precisado de calmantes

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