Correio da Bahia

ÔNIBUS SEM CONTROLE

- EDUARDO DIAS COM SUPERVISÃO DO CHEFE DE REPORTAGEM JORGE GAUTHIER

Uma das casas invadidas por um ônibus do Batalhão de Choque da Polícia Militar, na Rua 11 de Novembro, no bairro da Santa Cruz, foi condenada pelos engenheiro­s da Defesa Civil de Salvador (Codesal) na manhã de ontem. Segundo o órgão, o imóvel está interditad­o e teve seus pilares atingidos.

O acidente aconteceu na noite de domingo e deixou três pessoas feridas - um homem e uma criança ainda não identifica­dos, além do PM que dirigia o veículo. Além do imóvel, quatro carros e uma moto foram danificado­s.

Equipes da Secretaria de Desenvolvi­mento e Urbanismo (Sedur) do município estiveram no local a pedido da Codesal e precisaram fazer um escorament­o de emergência no local, para evitar um desabament­o. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a parte do fundo da casa não corre riscos. Já a Polícia Militar informou que os proprietár­ios da casa receberão um aluguel social, que a prefeitura já colocou à disposição.

De acordo com o PM que conduzia o ônibus, após ter deixado uma equipe de policiais para o evento do Forró do Sucupira, o veículo não respondeu aos comandos de freio e perdeu o controle. “O motorista ficou ferido e foi socorrido para o Hospital Geral do Estado. Outras duas pessoas também se feriram durante o acidente e foram atendidas pelo Samu e, em seguida, foram levadas para um hospital particular. O policial militar ficou em observação no hospital, mas já teve alta e passa bem”, destacou a PM.

A ocorrência foi registrada na 28ª Delegacia (Nordeste de Amaralina) e a perícia realizada pelo Departamen­to de Polícia Técnica (DPT). A remoção do ônibus aconteceu por volta das 11h40 de ontem, 11 horas depois do acidente.

O trabalho foi realizado por equipes da Codesal e da Sedur, com guinchos do Esquadrão Águia da PM e da Superinten­dência de Trânsito do Salvador (Transalvad­or). O ônibus foi levado pelos militares.

As equipes da Sedur fizeram também a retirada dos escombros que ficaram na rua para que a Transalvad­or pudesse liberar o trânsito na via, que havia sido interditad­o durante a remoção do veículo. Uma equipe de engenheiro­s da PM avaliará os prejuízos causados no imóvel para dar o suporte necessário às vítimas.

VÍTIMAS

O imóvel onde mora a estudante Maria Luiza, 21 anos, teve o muro frontal atingido pelo impacto. Ela conta que o susto foi grande e que chegou a pensar que sua casa estava desabando. “Eu estava em casa, fiquei sem entender direito. Eu vi tudo. O ônibus estava descendo e, do nada, bateu na moto do meu primo e num carro que estava aqui na frente. Depois, desceu batendo em outros veículos e foi parar na casa da frente”, narrou.

“Meu primo teve que ir trabalhar sem a moto hoje, ela ficou destruída. Não consigo imaginar o que houve de fato com o motorista, se ele perdeu o controle, ou o que foi. Não é comum a Choque aqui no bairro, ainda mais com ônibus. Estava tendo uma festa pequena aqui”, completou ela.

O imóvel que sofreu o maior impacto é onde mora o mecânico Armando Pereira, 60, e a dona de casa, Maria de Fátima Sousa, 60. O casal estava se preparando para dormir no primeiro andar da casa, onde ficam os quartos, quando ouviu o barulho do impacto. O imóvel de dois andares onde moram com o filho de 21 anos teve a estrutura abalada.

“Estávamos prestes a ir dormir. O bairro estava movimentad­o por conta de uma festa. Foi um susto muito grande, um estrondo alto e forte, pensei que a casa estava desabando, corri sem saber para onde ir. Ainda não nos disseram o que será feito”, contou Maria de Fátima, que não soube estimar o prejuízo com o acidente.

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Casa atingida por ônibus desgoverna­do da Polícia Militar é condenada e corre risco de desabar
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FOTOS DE EVANDRO VEIGA Armando e Maria de Fátima tiveram a casa atingida pelo ônibus

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