Correio da Bahia

Filho embaixador: Bolsonaro diz que críticas reforçam indicação

-

ESTADOS UNIDOS O presidente Jair Bolsonaro (PSL) aproveitou uma homenagem ao Exército na Câmara dos Deputados, ontem, para reafirmar a possibilid­ade de indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos seus filho, ao cargo de embaixador do Brasil em Washington, nos Estados Unidos. O presidente também disse que o advogado-Geral da União, André Luiz de Almeida Mendonça, é um ministro “terrivelme­nte evangélico”, perfil que ele deseja para um dos dois integrante­s do Supremo que poderá indicar até o fim de seu mandato. Ambos estavam presentes ao evento.

Bolsonaro participou nesta manhã de uma sessão solene em homenagem ao aniversári­o do Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro (COpEsp). Ele disse que, como presidente, às vezes toma decisões que não agradam a todos. “Como a possibilid­ade de indicar para a embaixada dos EUA um filho meu. Se está sendo criticado, é sinal de que é a decisão adequada”, afirmou o presidente, para quem o país precisa de tratamento.

“O Brasil precisa de uma quimiotera­pia, estamos fazendo juntos essa quimiotera­pia”, disse. “Alguns poucos, pouquíssim­os ainda reagem, mas serão convencido­s pelo povo e pela maioria desta Casa de que podemos, juntos, mudar o destino (do país)”, afirmou. “Sou do baixo clero sem qualquer problema, mas é um sinal de que todos têm espaço neste maravilhos­o Brasil”, emendou Bolsonaro, que foi a pé do Palácio do Planalto à Câmara dos Deputados.

Eduardo Bolsonaro acompanhou a cerimônia ao lado do pai, atrás da mesa diretora da Casa. Os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, do Gabinete de Segurança Institucio­nal (GSI), general Augusto Heleno, e da Agricultur­a, Tereza Cristina, também estavam presentes ao evento.

À noite, o porta-voz da Presidênci­a, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que é “legalmente viável” a indicação do filho do presidente para a Embaixada nos Estados Unidos. Ele não soube dizer se a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controlado­ria Geral da União (CGU) elaboraram pareceres sobre a possibilid­ade de Bolsonaro nomear o deputado para um dos postos mais prestigiad­os da diplomacia.

“A eventual designação do Deputado Eduardo Bolsonaro para Embaixador do Brasil nos Estados Unidos é legalmente viável; ele detêm a total confiança do Presidente Bolsonaro e o acesso facilitado ao mandatário daquela Nação amiga; é Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados; é conhecedor de relações internacio­nais; e tem acompanhad­o comitivas do governo”, disse a nota oficial do porta-voz. PREVIDÊNCI­A Após o líder do Planalto no Senado, o pernambuca­no Fernando Bezerra Coelho (MDB), avaliar ser possível votar a reforma da Previdênci­a na Casa até 5 de setembro, a presidente da Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), disse ontem que considera o prazo “muito otimista” e que prevê 60 dias para que os parlamenta­res analisem a proposta do governo.

Depois que for votado em segundo turno na Câmara dos Deputados, o texto precisa passar pelo Senado. "Com 60 dias, é um tempo confortáve­l”, disse Simone. A tramitação da reforma na Casa começa pela CCJ, presidida pela senadora do MDB, que também confirmou ontem o nome de Tasso Jereissati (PSDB-CE) para ser o relator da proposta.

Para Simone Tebet, não faz sentido o Senado ser apenas “carimbador” da reforma. A presidente do colegiado estima que a proposta seja analisada na CCJ no prazo de três semanas a um mês. Para ela, se a discussão for mais aprofundad­a na comissão, as novas regras passam mais facilmente na Casa. “Quanto mais se debater na CCJ, mais rápido se aprova em plenário”, disse a senadora, em conversa com jornalista­s.

Diferente da Câmara, o texto não precisa passar por uma comissão especial. Simone também avaliou ser “mais difícil” que o Senado promova alterações significat­ivas na reforma, capazes de causar um grande impacto na economia esperada pelo governo federal - em torno de R$ 900 bilhões. “Hoje, a composição do Senado é um pouco mais governista”, explicou Simone.

“Se forem alterações mínimas, é possível cedermos a algumas pressões legítimas, entendendo a justeza da demanda”, afirmou. Eventuais modificaçõ­es, de acordo com a senadora, seriam analisadas em uma PEC paralela, a mesma pela qual o Senado deve tentar a reinclusão de estados e municípios na reforma. Ainda assim, a proposta precisaria ser analisada na Câmara, onde enfrenta forte rejeição.

De tudo que ouvi aqui, acho que passei na prova. Já fiz tudo na vida: fumei, cheirei, viajei o mundo. Agora, estou focado na Câmara Alexandre Frota

Deputado federal pelo PSL de São Paulo, ao falar sobre sua vida pregressa como ator e dizer, em entrevista à Folha de S.Paulo, que após a maratona da Previdênci­a já foi ‘batizado’ para fazer parte do que chama de ‘tropa de choque’ do Planalto da Câmara

É muito otimista falar em 45 dias. E quanto mais se debater na CCJ, mas rápido se aprova em plenário Simone Tebet Senadora do MDB do Mato Grosso do Sul que preside comissão, ao discordar de prazo estimado pelo líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)

 ?? GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO ?? Eduardo Bolsonaro cochicha no ouvido do pai em evento na Câmara, antes de presidente defender seu nome
GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO Eduardo Bolsonaro cochicha no ouvido do pai em evento na Câmara, antes de presidente defender seu nome
 ?? DIVULGAÇÃO ??
DIVULGAÇÃO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil