Itinga, o bairro mais violento
RMS Bairro de Lauro de Freitas registrou 350 mortes violentas somente nos últimos oito anos e meio
Oito anos e seis meses. Para todos esses 3.084 dias entre 19 de janeiro de 2011 e 30 de junho de 2019, 350 mortes violentas em um único bairro: Itinga. É lá que teve o maior número de assassinatos registrados de 2011 a 2019. Os dados foram coletados pelo CORREIO nos boletins diários de óbitos divulgados pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Mais do que reunir o maior número de crimes violentos letais intencionais (CVLIs) que, além dos homicídios, incluem os latrocínios - roubo seguido de morte - e as lesões corporais seguidas de morte, Itinga mantém, desde 2016, a liderança nesse tipo de crime. A reportagem optou por usar números absolutos, já que os dados mais recentes de população, pelo IBGE, são de 2010.
Em Salvador, o primeiro bairro a surgir na lista é São Cristóvão, com 335 assassinatos de 2011 a 30 de junho 2019. Só este ano, foram nove CVLIs lá, até junho. Os três bairros seguintes no ranking de oito anos ficam no Subúrbio Ferroviário: Periperi (314), Lobato (302) e Paripe (284).
O CORREIO procurou a SSP-BA, mas não obteve retorno sobre os bairros. Em nota, a pasta informou que “o trabalho integrado das polícias Militar, Civil e Técnica é a principal razão pela queda das mortes violentas na Bahia. Nos últimos anos, as reduções foram sucessivas, com destaque para 2018 com o maior decréscimo dos últimos seis anos”.
“As ações de inteligência, preventivas e ostensivas são focadas no combate ao tráfico de drogas, pois 80% das mortes têm ligação com esta prática criminosa. A renovação das estruturas policiais, com ênfase na tecnologia, também colaborou para a redução